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Mostrando postagens de julho, 2022

Maturidade...

Eu vejo como “maturidade”, aquilo que acontece quando aprendemos a só ligar, a só dar importância para o que realmente vale a pena. Vejo isso agora, depois de 64 anos, que toda aquela importância que dei a vaidade, ao status e coisa assim, não deveria ter sido como foi. Hoje eu posso ver o quanto é libertador me aceitar como eu sou, aceitar o que tenho e principalmente como a vida exatamente se apresenta diante dos meus olhos. Hoje, eu não preciso mais me importar com aquilo que vejo como uma “neurose” onde desperdicei e muito da minha vida. Hoje, aceitar tudo isso é simplesmente maravilhoso... m. trozidio

Problemas...

  Problemas... 30 de julho de 2022 Acredito que na maioria das vezes, aquilo que entendemos como “problema” é na verdade a falta direta de um “objetivo significante”, que possa ser prioridade em nossas vidas. A falta desse “objetivo maior”, nos deixa com um enorme espaço vazio em nossas mentes, espaço esse que (por uma característica natural do ser humano) acaba sendo ocupado com futilezas de todos os tipos. Com isso, coisas sem a menor importância, são capazes de nos tirar o nosso eixo, nos desestabilizando completamente, coisas tão pequenas que poderiam ser facilmente ignoradas se eu tivesse algo mais importante sendo feito. Assim, se por acaso eu achar que tenho muitos problemas, talvez o que realmente falte em minha vida, seja mesmo algo mais importante para fazer... m. trozidio

Ainda falando de problemas...

O que eu realmente preciso entender, é que não existe vida sem problemas. Acreditar que um dia eu possa acordar sem nenhum problema, nada mais é do que ingenuidade da minha parte. Preciso não me esquecer que, quando uma pessoa não tem nenhum problema, por sua própria natureza, sua mente automaticamente cria, inventa um... Bom, já que a vida é isso mesmo, então, o mais coerente que posso fazer, é mesmo escolher qual tipo de problema desejo passar, e trabalhar para sua solução, pois, somente "resolvendo problemas", posso me sentir feliz... m. trozidio

Escolher o que importa...

Talvez, a coisa mais importante que um ser humano possa fazer em sua vida esteja relacionado às suas escolhas. Infelizmente, damos muita importância a coisas que realmente não se justificam. Assim, saber escolher aquilo que devo ou não dar importância, torna-se fundamental para a minha felicidade. Quantas e quantas vezes (talvez a maioria das vezes) eu acabei me irritando por coisas banais, coisas que mereciam o meu total desprezo devido a sua insignificância? Mas não!  ... eu me importei seriamente com alguém que jogou um papel na rua e aquilo acabou me consumindo por bons minutos... ... eu dei importância para um balconista que me prestou um atendimento mais frio, sendo que isso, em nada poderia mudar a minha vida, a minha verdadeira essência... ... eu me importei com um aparelho que quebrou em casa e aquele simples objeto (que quebra mesmo) acabou sendo o pivô que estragou o meu dia... Assim, acabei percebendo que antes de mais nada, estar consciente de tudo aquilo que

Não fugir...

Parece que tudo aquilo vale a pena na vida, só é conseguido quando eu supero o sentimento negativo associado a ele. Todas as vezes que tentei fugir do negativo, todas as vezes que eu tentei evitá-lo, acabei me dando mal, complicando ainda mais a situação. Percebi que evitar o sofrimento é uma forma de aumentar o meu sofrimento... Evitar qualquer dificuldade, é uma forma ainda maior de dificuldade... Quando eu tento negar o fracasso, estou na verdade, fracassando ainda mais... Todo o meu esforço para evitar o sofrimento é dar a ele ainda mais atenção e com isso, aumentar o meu próprio sofrimento. Por isso, aprendi que eu não devo evitar essas coisas e sim, encará-las de frente e procurar o melhor caminho... m. trozidio

Um pouco de desapego...

Com o tempo, eu fui percebendo que quando eu me importava menos com alguma coisa, invariavelmente eu acabava me saindo melhor... Eu fui observando também que geralmente, pessoas menos empenhadas em fazer o que faziam acabavam se dando bem... Eu fui percebendo, por experiência própria que às vezes, quando eu parava de me importar tanto, tudo começa a entrar nos eixos... Então, comecei a me perguntar por que disso, e pesquisei, pesquisei e muito nesse sentido. Parece mesmo que, quanto mais importância eu dou para um objetivo, mais difícil ele termina ficando de ser realizado. Aos poucos eu fui entendendo que para criar alguma coisa, para realizar algum objetivo, eu não posso contar apenas com o meu trabalho físico, esse com que eu sempre usei para tentar realizar os meus desejos. Fui descobrindo que uma “outra força” interage nesse processo e que, caso essa “outra força” seja bloqueada, principalmente por um desejo que me cause – por exemplo – sofrimento, mesmo com todo o meu

Mais uma vez Alan Watts estava certo...

… de fato, quanto mais tentamos nos sentir bem o tempo todo, mais insatisfeitos ficamos, pois, a busca por alguma coisa só reforça o fato de que não a temos. … quanto mais você se desespera para ser rico, mais pobre e indigno se sente, seja qual for sua renda. … quanto mais você se desespera para ser bonito e desejado, mais feio se considera, seja qual for sua aparência. … quanto mais você se desespera para ser feliz e amado, mais sozinho e aflito fica, não importa com quem esteja. … quanto mais espiritualizado quer ser, mais egocêntrico e superficial se torna no processo. É por isso que a minha vida foi recheada de resultados contrários ao que eu pretendia… Agora eu consigo entender muito bem …   m. trozidio

Cuidado com as mensagens positivas...

Com o tempo, eu fui percebendo que os conselhos mais comuns, aquelas mensagens positivas de autoajuda que ouvimos o tempo todo, na verdade, tem como base exatamente aquilo que não temos. De uma forma insana, essa “mania” que acabou contaminando o mundo e que quase quebrou a economia americana, só serve mesmo como um lembrete do que não somos, do que não temos, daquilo que já deveríamos ter conquistado, mas não conseguimos. Mesmo porque, nenhuma pessoa realmente feliz, realizada, tem a necessidade de ficar falando que é feliz para si mesma no espelho ou repetindo milhares de vezes ao dia. Se eu passo o tempo todo sonhando em ser alguma coisa, estou inconscientemente reforçando aquilo que eu não sou. Por isso, eu percebi a necessidade que tenho de saber desejar até mesmo aquilo que eu objetivo em minha vida…   m. trozidio

A felicidade…

  23 de julho de 2022 Eu aprendi que a atitude mais sábia que eu posso tomar nesse sentido, é sempre imaginar e desejar simplesmente a felicidade. Se eu ficar focado nesse ponto, sem condicionar a minha felicidade a objetivos materiais, pessoas ou situações, mas sim, em uma felicidade pura, direta e transparente, tudo que o meu coração deseja e até mesmo aquilo que não consigo entender que ele deseja, será mais facilmente alcançado. Mesmo porque, por trás de todo o desejo que eu tenho, lá está ela, a tão procurada felicidade. Assim, por que então não desejar diretamente a felicidade??? m. trozidio

Reação controlada…

Um antigo “ditado popular” nos ensina que diante de uma situação delicada, antes de qualquer reação, devemos contar até dez... Quem já não ouviu isso? Como muitos, esse antigo ensinamento traz consigo valioso conhecimento, isso é, se nos permitirmos à sua compreensão.  — PARAR – antes de cada decisão... — PARAR – antes de dizer qualquer coisa... — PARAR – antes de qualquer manifestação da minha parte... — PARAR – antes de qualquer ação impulsiva... E por que eu devo fazer isso? Porque normalmente, a minha reação é por impulso e o impulso, eu posso dizer que é a voz do “EGO”. Sempre que o meu EGO se sente ameaçado, constrangido ou contrariado, ele tem o instinto de revidar, atacar e se defender, me induzindo a dizer coisas que não são do meu coração, me provocando reações que não são minhas e que certamente me causarão um arrependimento alguns instantes depois... Assim, contar até 10 antes de qualquer atitude, ainda parece ser mesmo a melhor coisa que posso fazer...

A incerteza…

Ainda nesta madrugada, fiquei procurando – literalmente – “abraçar” a minha insônia, aquele estado que eu estava vivenciando... ainda procurando um pouco de conforto, me lembrei de Alan Watts e sua maravilhosa filosofia da insegurança e pensamentos surgiram em minha mente... ... o que faz a nossa vida ter toda essa graça e beleza, é exatamente o fato de não sabermos o que irá acontecer. Essa eterna dúvida, essa infindável gama de possibilidades, é o tempero da nossa emoção e o que nos faz sentir “vivos” e atuantes. Tudo, exatamente tudo pode acontecer de um momento para o outro. ... eu adormeço à noite, sem saber se quer se vou ou não acordar no dia seguinte... ... posso acordar mais pobre, ou posso acordar mais rico, com os 6 números da megasena na cabeça... ... posso acordar doente ou bem-disposto, com a saúde em seu melhor momento... ... posso acordar empregado, ou desempregado... ... posso acordar feliz ou triste por razões que eu desconheço completamente... ... tudo,

Trecho do meu novo livro…

Ainda em fase de revisão, senti vontade de publicar um diálogo entre uma Estrela (a primeira estrela da noite) e o personagem principal desse livro… A princípio, pode parecer estranho, ingênuo, mas esse personagem, no auge do seu descontentamento pessoal e sem mais saber o que fazer, caminhando em um lindo final de tarde, com o coração extremamente sensível, enquanto olhando para o céu e se lamentando com Deus, viu os primeiros raios azuis de uma estrela, uma estrela que começa a brilhar… a primeira estrela da noite… Sendo transportado à sua infância, não pode deixar de lembrar que ao ver a primeira estrela da noite, ele e seus amigos, faziam um pedido… um pedido que certamente seria atendido… Mesmo sentindo-se ridículo com a possibilidade, ainda assim, aquele coração criança acabou vencendo, levando-o a fazer, naquele momento, o seu pedido… Por uma coincidência ou não, na mesma noite, ele teve um sonho, um sonho com ela (a estrela) e, nesse sonho, ela, enquanto piscava intermi

Culpa e perdão?…

Acredito que todos concordamos que devemos viver no “momento presente”, porém para isso, precisamos nos livrar dos apegos, principalmente daquilo que está diretamente relacionado ao passado. Percebo que infelizmente, continuamos presos a tantas coisas – nossas aparências, status, a quem amamos, emprego, opiniões dos outros e talvez a pior delas, presos a memórias e a quem supostamente não gostamos. Sabemos que todo apego sempre nos trará sofrimento, pois, tendemos a perdê-los, seja lá o que for, até mesmo um ente querido… Um outro forte fator ligado ao apego, está na memória, nas injustiças que sofremos, nas traições e tragédias da própria vida. Com isso, vamos alimentando feridas e cicatrizes que com o tempo tendem a um padrão de comportamento frio, ríspido e totalmente prejudicial ao nosso convívio com todos aqueles que nos cercam. Todo esse comportamento, termina alimentando uma raiva, um ressentimento altamente nocivo a nossa própria existência, tornando nossas vidas um v

Sob o meu controle…

Depois de sofrer muito tentando controlar a minha vida, eu fui (apanhando) percebendo que eu poderia encontrar a minha felicidade começando com a compreensão de um princípio básico… Algumas coisas realmente estão sob o meu controle, mas outras coisas… NÃO! Com isso, somente conseguindo definir bem essa questão, que foi possível eu começar a direcionar os meus esforços, para aquilo que eu posso, que eu tenho o controle. Assim, deixei de desperdiçar o meu tempo, o meu esforço com aquilo que – definitivamente – eu não poderia controlar, e o mais importante, que insistir nesse sentido, só me traria mais dor, sofrimento e frustração.   m. trozidio

Lama ou estrelas?…

Duas pessoas estavam olhando através da mesma janela… Uma focou sua atenção na "lama" e reclamou rispidamente por ter chovido muito… A outra, aproveitando o céu limpo, ficou contemplando toda a beleza das estrelas… E eu, o que estou observando através da minha janela? m. trozidio

Tagore…

Que eu não reze para ser protegido dos perigos, mas para não ter medo de enfrentá-los. Que eu não implore para ser aliviado da minha dor, mas para ter coragem de vencê-la. Que eu não procure por aliados na batalha da vida, mas pela minha própria força. Que eu não suplique aflito pela minha salvação, mas espere, com paciência, para conquistar minha liberdade. – Rabindranath Togore   m. trozidio

A coragem…

Eu percebi que eu era capaz de ganhar força, confiança e coragem, todas as vezes que eu parava e enfrentava o meu medo… A minha coragem não era a ausência do medo, mas sim, a minha capacidade de seguir em frente, mesmo sentindo muito medo. Com isso, percebi que eu não deveria ter medo quando a minha vida terminasse, ao contrário, todo o meu medo seria se eu nem tivesse começado a viver… m. trozidio

Respiração…

Uma das formas que aprendi e conseguir me manter um pouco mais no meu “momento presente”, foi praticar a “respiração” consciente. Enquanto eu me vejo ocupado, meus pensamentos vagueiam sozinhos pelo passado e principalmente pelo futuro, com os meus sonhos de felicidade ou preocupados com aquilo que eu tanto temo. Com a respiração consciente, acompanhando o fluxo do ar que entra e sai do meu corpo, eu consigo me manter no “aqui” e no “agora” sem permitir ser levado pelo tempo dos meus devaneios. Acompanhando minha respiração, eu tenho o controle de mim mesmo, dos meus pensamentos e principalmente do meu “momento presente”. m. trozidio

Sabedoria…

Transformar todos os dias em bons dias... —  Isso é o que na essência eu chamo de SABEDORIA… m. trozidio

Expectativas…

Demorou, mas eu consegui entender que quanto maior a minha expectativa com qualquer coisa, menos atenção eu dou ao meu “momento presente”. Eu não posso me esquecer que eu só consigo viver – realmente – no presente e que, embora seja gostoso imaginar o futuro desejado, ainda assim ele é apenas uma imaginação. Vejo com tudo isso, a importância de não me deixar ser levado pelas expectativas que a vida me apresenta e concentrar o máximo da minha atenção no "aqui" e no "agora"… m. trozidio

Cada novo dia…

Eu acredito que o ser humano só será capaz de valorizar e amar cada novo dia em sua vida, quando finalmente entender (e aceitar) que o nosso tempo aqui é extremamente limitado… E mais, não sabemos quando esse tempo irá acabar… Aí, então, ele irá agradecer todos os dias, por simplesmente despertar em mais um dia em sua vida… m. trozidio

Finalmente, eu consegui entender…

Quando eu finalmente consegui entender, ficou claro que não existe nenhum outro tempo senão o “aqui” e o “agora”, ou seja, o tempo presente. Consegui ver que o passado e o futuro, na verdade, não passam de abstrações sem nenhuma base real. Antes de conseguir entender isso, eu acreditava que a vida era composta de um passado, um presente e um futuro, aliás, como sempre me ensinaram… Mas, compreendi que a verdade é exatamente contrária a tudo isso. O passado e o futuro, não passam de uma história, uma memória ou uma projeção, ou seja, uma grande ilusão da minha mente. O único tempo real é mesmo o “momento presente”, mais nada! Por isso, eu não devo desperdiçar o meu tempo com recordações improdutivas e muito menos, tentar ser feliz no futuro, ou mesmo morrer de preocupação com ele… m. trozidio

Felicidade, agora ou nunca…

A “felicidade” não vem depois… A “felicidade” não pode ser programada para amanhã… Se eu não for capaz de conseguir ser feliz “aqui” e “agora”, com o que eu sou e com o que tenho, não conseguirei em tempo algum! Eu descobri que é uma verdadeira insanidade da minha parte, projetar a minha felicidade. Isso simplesmente é IMPOSSÍVEL! Ou eu sou feliz agora ou nunca serei… m. trozidio

Num passe de mágica...

Com o tempo, eu acabei descobrindo um segredo que pode mudar completamente o meu estado de espírito e a minha vida, como num passe de mágica. Vejo que eu poderia muito bem chamar isso de milagre, ou coisa assim... mas acredito não fazer muita diferença. O importante, o importante mesmo é que esse “truque” funciona e muito bem. É evidente que para isso, eu preciso adotar um comportamento que muitos “torcem o nariz para ele”: a disciplina. Eckhart Tolle e muitos outros grandes pensadores, já diziam que no “MOMENTO PRESENTE”, neste exato momento, não existem problemas, não existe nada que possa tirar o meu ser do seu estado de plenitude. Todo o meu sofrimento, tudo aquilo que me incomoda, está em duas vertentes: no passado, quando sofro pelo que aconteceu, ou no futuro, quando temendo aquilo que pode acontecer, deixo-me levar por esse sentimento. No “AGORA”, se eu parar para ver, não tenho nenhum desses inconvenientes e posso, inclusive, desfrutar do ambiente, dos amigos, dos fa

Zona de conforto...

Depois de muitas décadas estudando o meu comportamento e daqueles a minha volta, acabei percebendo que uma das maiores angústias que o ser humano tem, está relacionado com o inesperado. De uma forma muito simples de entender, é que buscamos sempre a famosa “zona de conforto”, ou seja, somente aquilo em que não precisamos criar nada para resolvermos novos problemas. Porém, a nossa vida é uma transformação constante, com novidades batendo a nossa porta diariamente. Com isso, a segurança absoluta, o conforto de sabermos como resolver tudo aquilo que é conhecido, vai totalmente contra o fluxo natural da própria vida. Assim, quanto mais nos agarrarmos àquilo que é conhecido e confortável, mais difícil será aceitar essa realidade, mesmo porque, é impossível ter o controle sobre tudo. Para isso, precisamos aprender a aceitar essas novas situações como sendo verdadeiras lições e mais, para conseguirmos descobrir a cada novo dia, que somos mais fortes e criativos do que imaginávamos.

Tudo é perfeito do jeito que é...

Um jardineiro observou certo dia que algumas árvores, arbustos e flores do seu jardim estavam definhando. A jabuticabeira disse que estava morrendo porque não podia ser tão alta quanto o pinheiro. Já o pinheiro alegava que estava murchando porque era incapaz de dar uvas como a parreira... e a parreira lamentava-se porque não conseguia desabrochar como uma roseira. Todos sofriam com suas impossibilidades... Desolado com tanta insatisfação, o jardineiro continuou caminhando entre às arvores até que se deparou com uma flor pequenina, mas cheia de vida, chamada amor-perfeito. Ela se destacava no meio das outras, não demonstrava nenhuma insatisfação, só entusiasmo. O jardineiro quis saber o motivo de tanta alegria... O amor-perfeito prontamente esclareceu: compreendi que você, quando me plantou, queria um amor-perfeito. Se quisesse uma jabuticabeira, uma parreira ou uma roseira, você as teria plantado. Então pensei: como não posso ser outra flor além de mim mesma, vou me empenhar pa

Agora eu tenho que ir mesmo...

... ela tocou o meu braço esquerdo, me olhou pela última vez, se virou e saiu andando. Eu a acompanhei com os olhos e, para minha surpresa, em vez de vê-la caminhando por entre os demais que estavam presentes, eu só consegui mesmo ver a estrada novamente. Sim! Ela estava caminhando agora por aquela estrada que eu tive a visão ainda há pouco, uma estrada linda, repleta de árvores com suas folhas avermelhadas, lembrando e muito o Outono, uma estrada sem veículos e sem tumulto, livre, tranquila e sóbria. Consegui ainda vê-la caminhando até uma curva que se fechou a direita, engolindo sua imagem para sempre. Um vento leve começou a varrer as folhas secas que ameaçavam alçar voo sem um destino premeditado, e assim, essa cena se encerrou, estática e eterna, como uma pintura emoldurada em uma parede do meu coração. Confesso que, sem pedir licença, a tristeza invadiu minhas muralhas arvorando suas bandeiras na linha de frente. Ela se foi, a estrada se foi, mas eu não conseguia para de ol

Uma manhã de inverno...

Em mais uma belíssima manhã de Inverno, como todo Oceano, minha vida tem sido uma constante variação entre calmarias e tempestades. No momento, desfruto de águas mais tranquilas, ventos de 25 a 30 nós Sudeste, fazem do meu navegar um delicioso deslizar sobre esse azul ora esverdeado que me cerca por todos os lados. Mas, nem sempre é assim. Volta e meia, nuvens sobre a ponta de meu mastro ficam de cinza até mesmo negras, às águas turbulentas surgem com ondas chicoteando o casco, e aí então, aí a morte mostra sua negra face, sorridente e macabra. Nessas horas, confesso: perco o controle, realmente acredito que o mundo está desabando sobre minha cabeça. Desespero-me achando que sou o mais infeliz dos mortais, mergulhando num profundo estado depressivo, por vezes desejando a própria morte. Porém, por entre essas espessas e negras nuvens, de súbito, surge um lampejo de sol, mostrando novamente que tudo pode ser recomeçado, que a bandeira da esperança deve ser novamente hasteada e com

Concentrando energia…

Qualquer desejo, objetivo... necessita de uma considerável quantidade de energia para ser realizado. Todas as vezes que eu falo, eu comento qualquer coisa que pretendo fazer, tenho uma significativa vazão dessa energia, dessa energia que talvez deveria ser totalmente direcionada para o objetivo e não para me enaltecer. Longe de pensar em "mau-olhado", "inveja" ou qualquer outra questão relacionada a crendice popular, acabei entendendo que a questão toda se resume mesmo ao desperdício de uma energia, que de forma inconsciente, eu termino direcionando para o lado improdutivo. Assim, o sigilo, o segredo parecem mesmo serem "armas" indispensáveis para a realização de qualquer objetivo.   m. trozidio

Gratidão...

O que eu não posso me esquecer, principalmente diante de uma situação indesejada, que tudo em minha vida tem o seu lado positivo. Após absorver o primeiro impacto, devo voltar para essa consciência e dedicar um certo esforço para encontrar esse lado, e o mais importante, tirar benefícios dele. Eu sei que não é fácil lidar com um “ego” contrariado. Nossa postura geralmente é reativa, tentando agredir tudo e a todos. Mas, com um pouco de humildade, e sabedor que eu não sou perfeito e que eu preciso aprender com as minhas imperfeições, rendo-me a essa condição, agradeço e continuo vivendo... m. trozidio

Caminhada pelo Pirineus...

Um sujeito está em um bar com seu grupo, quando entra um velho amigo que vivia tentando acertar na vida, sem resultado. — Vou ter que dar uns trocados para ele – pensa.   Acontece que, naquela noite, o tal amigo estava rico e veio expressamente para pagar todas as dívidas que havia contraído no decorrer dos anos. Além de reembolsar os empréstimos que lhe foram feitos, ele manda servir uma rodada de bebida para todos. Quando lhe indagam a razão de tanto êxito, ele responde que até dias atrás estava vivendo o “Outro”. — Quem é o “Outro”? – perguntaram. — O “Outro” é aquele que me ensinaram a ser, mas que não sou eu. O “Outro” acredita que a obrigação do homem é passar a vida inteira pensando em como ter segurança para não morrer de fome quando ficar velho. Tanto faz planos, que só descobre que está vivo quando seus dias estão quase terminando. — E você, quem é? — Eu sou o que qualquer um de nós é, se assim desejar: uma pessoa que se deslumbra diante do mistério da vida. Só qu