Uma manhã de inverno...
Em mais uma belíssima manhã de Inverno, como todo Oceano, minha vida tem sido uma constante variação entre calmarias e tempestades. No momento, desfruto de águas mais tranquilas, ventos de 25 a 30 nós Sudeste, fazem do meu navegar um delicioso deslizar sobre esse azul ora esverdeado que me cerca por todos os lados.
Mas, nem sempre é assim. Volta e meia, nuvens
sobre a ponta de meu mastro ficam de cinza até mesmo negras, às águas
turbulentas surgem com ondas chicoteando o casco, e aí então, aí a morte mostra
sua negra face, sorridente e macabra.
Nessas horas, confesso: perco o controle,
realmente acredito que o mundo está desabando sobre minha cabeça. Desespero-me
achando que sou o mais infeliz dos mortais, mergulhando num profundo estado
depressivo, por vezes desejando a própria morte.
Porém, por entre essas espessas e negras
nuvens, de súbito, surge um lampejo de sol, mostrando novamente que tudo pode
ser recomeçado, que a bandeira da esperança deve ser novamente hasteada e com
isso, a vida pode continuar.
Por quantas e quantas vezes já fui tomado de
surpresa por essas variantes do tempo. Meu navegar, cravejado de altos e
baixos, alegrias e tristezas, tem sempre se mostrado assim. Mas, sinceramente,
eu cansei de me deixar abater por tudo isso, e nesses momentos sou capaz de
jurar a mim mesmo:
“Podem essas situações continuar a acontecer –
que certamente vão – mas eu, de minha parte afirmo, não me deixarei mais abater
por elas”.
Não posso mais permitir que o meu mundo desabe
cada vez que me sinto triste com alguma coisa que não saiu como eu desejava, ou
que a vida impôs contra minha vontade.
E assim...
Em mais uma belíssima manhã de Inverno, como
todo Oceano, minha vida tem sido uma constante variação entre calmarias e
tempestades.
m. trozidio
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