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Mostrando postagens de abril, 2022

Aqui e agora...

Sábado, 30 de abril de 2022 O Melhor Lugar do Mundo É Aqui e Agora Todos nós já ouvimos a frase "viva o presente". Mas o que isso realmente significa? No meu caso, foi preciso um momento de reflexão inesperado para entender a verdadeira profundidade dessa ideia. Ontem, preso no trânsito, o rádio tocou uma música de Gilberto Gil que me fez pensar: "O Melhor Lugar do Mundo é Aqui e Agora". Ele, assim como outros grandes pensadores, capturou a essência de uma lição fundamental para a felicidade. É fácil nos perdermos em dois extremos: reviver as glórias e alegrias do passado ou fantasiar sobre um futuro ideal. O problema é que, ao fazer isso, nossa felicidade se torna condicional — ela só existe se as nossas memórias ou expectativas se confirmarem. No entanto, a única realidade que podemos construir e viver está neste exato momento. A felicidade ou a tristeza não estão no ontem nem no amanhã. Elas estão aqui e agora, no lugar e no tempo em que a sua consciênc...

Precisar e desejar, a grande diferença...

Quinta-feira, 29 de abril de 2022 A Sutil Diferença entre Precisar e Desejar Você já sentiu que, quanto mais você precisa de algo, mais difícil parece ser a sua realização? À primeira vista, pode parecer a mesma coisa, mas na prática, precisar e desejar são sentimentos completamente diferentes. A chave está na forma como o nosso cérebro reage a cada um deles. Quando você diz "eu preciso", essa palavra carrega uma carga de urgência e escassez. É como se, inconscientemente, você estivesse criando barreiras para alcançar seu objetivo. O sentimento de necessidade gera pressão, ansiedade e, muitas vezes, nos paralisa. Já o desejar é um sentimento muito mais leve. Ele vem acompanhado de um senso de possibilidade e abundância, sem a pressão do "preciso ter isso agora". Quando você deseja algo, você abre espaço para que a realização aconteça de forma mais natural, sem a urgência que cria obstáculos. A grande sacada é: se você conseguir mudar a sua mentalidade de...

Falando de sofrimento...

O sofrimento está no nosso pensamento. Problemas não existem, somos nós que os criamos quando classificamos uma situação dessa forma. Existem apenas situações, sou eu quem decide se elas são dádivas ou problemas. Sou eu quem decide se devo ou não sofrer com elas. Lembrando que esse “sofrimento”, na verdade, é sempre o meu “ego” contrariado. m. trozidio conheça meus livros

Como os obstáculos nos fortalecem...

Quarta-feira, 27 de abril de 2022 A sua percepção de que a resistência é uma oportunidade para o crescimento é um ponto de partida excelente para uma reflexão mais profunda. O texto que você escreveu tem uma ideia central muito poderosa, e podemos aprimorá-lo para que se torne ainda mais impactante. Sua analogia com a academia é ótima, mas podemos expandir essa ideia para que ela dialogue mais com conceitos filosóficos e psicológicos. Em vez de apenas "usar adequadamente o peso", podemos falar sobre como a resistência dos obstáculos, sejam eles físicos ou existenciais, nos obriga a confrontar nossas limitações e, no processo, nos transforma. O ponto principal é que os obstáculos não são apenas desafios a serem superados, mas sim catalisadores de virtudes. A paciência, a resiliência e a determinação não são qualidades inatas; elas são forjadas na luta contra a adversidade. Quando você diz "ÓTIMO!", você está adotando uma perspectiva que pode ser associada a f...

Eu decido ...

Terça-feira, 26 de abril de 2022 A liberdade que ninguém pode tirar Rubin “Hurricane” Carter, boxeador americano nascido em Clifton, Nova Jérsei, em 6 de maio de 1937, foi injustamente condenado à prisão por assassinato. Passou quase duas décadas encarcerado por um crime que não cometeu. Mas o mais impressionante não foi apenas sua luta pela liberdade física — e sim uma declaração que ecoa como lição de vida para todos nós: “Isso não pode me fazer mal. Posso não ter desejado que acontecesse, mas eu decido como irá me afetar. Ninguém mais tem esse direito.” Não é preciso acrescentar muito. Essa frase contém uma verdade imensa: ainda que o mundo nos imponha dores, injustiças e perdas, a forma como escolhemos lidar com elas continua sendo um território que só a nós pertence. É nesse espaço íntimo — onde ninguém mais pode tocar — que reside a verdadeira liberdade.   "Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando." m. trozidio conheça...

Retirando máscaras...

Segunda-feira, 25 de abril de 2022 – 18 As máscaras que pensei ser eu Foi apenas quando admiti — com certo pesar — que eu não era quem acreditava ser, que percebi também que nem sequer pensava com a minha própria cabeça. Esse reconhecimento doloroso foi o primeiro passo para começar a retirar as máscaras que, por tanto tempo, vestiram a minha personalidade. Confesso: não foi, e ainda não é, um processo fácil de enfrentar. Senti um verdadeiro choque de realidade ao perceber que tudo aquilo que eu defendia como sendo a minha verdade não passava de construções herdadas. Eram ideias compradas, moldadas pelo meio em que nasci, cresci e vivo até hoje. O mais desconcertante foi perceber que, durante muito tempo, eu pensei com a mente dos outros. E pior: eu acreditava piamente que aquelas opiniões eram minhas, chegando até a brigar para defendê-las como se fossem fruto da minha essência. Hoje, com humildade e certa vergonha, reconheço o quanto fui condicionado, influenciado e até ma...

Aquilo que eu chamava de problema...

Domingo, 24 de abril de 2022 Quando percebi que não existem problemas Demorou, mas finalmente aceitei: faço parte de uma imensa teia, onde uma Inteligência infinita atua de modo silencioso e misterioso. Não compreendo toda a sua complexidade — talvez nunca compreenda —, mas o simples ato de reconhecê-la já foi suficiente para iniciar mudanças profundas em minha vida. Hoje, quando por vezes ainda acredito estar diante de um “problema”, logo me vem a consciência de que, na verdade, essa Inteligência está apenas me oferecendo uma nova lição. E então, em vez de lutar para me livrar da dificuldade, procuro mergulhar nela por inteiro, atento a cada detalhe, buscando o conhecimento oculto em sua presença. É curioso perceber que, quando faço isso, o “pseudoproblema” simplesmente se dissolve. Ele deixa de ser obstáculo, porque sua função já foi cumprida: não precisava mais permanecer, pois a lição havia sido assimilada.   "Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pod...

Desistir para não sofrer...

Sábado, 23 de abril de 2022 O equilíbrio entre desejar e aceitar Desistir dos meus objetivos para evitar o sofrimento seria, sem dúvida, um ato de covardia. Esse nunca foi — e nunca será — o caminho. Por outro lado, desejar algo de forma obsessiva, com aquela neurose insana que corrói por dentro, também não me conduz à paz. Pelo contrário, só me aprisiona em um ciclo de angústia. Descobri que o verdadeiro segredo está em saber desejar com consciência, criatividade e, ao mesmo tempo, desprendimento. Ter clareza do que quero, mas sem me tornar escravo da expectativa. Antes, porém, é preciso dar um passo atrás: compreender que cada dificuldade que surge — e elas surgem sempre, inúmeras vezes — traz em si a oportunidade de aprendizado. Somente quando assimilo essas lições sou capaz de avançar em direção ao que busco. Mais uma vez, volto à mesma conclusão: aceitar o que se apresenta, entender o que me é dado viver e agir em conformidade com isso. É nesse ponto de encontro entre ...

Turbulência mental...

Sexta-feira, 22 de abril de 2022 – 16 Quando a mente se agita Tenho certeza de que isso não é um “privilégio” meu. Como num ciclo vicioso, de tempos em tempos percebo minha mente em conflito, mergulhando em turbulências internas que tornam difícil até mesmo conviver comigo. Ao observar a natureza, percebo a lição: não posso acalmar um mar revolto com minhas mãos, nem conter a força do vento que ameaça o meu barco. O mesmo ocorre comigo. Quanto mais tento controlar a agitação mental, mais me sinto dominado por ela. É como uma piscina de águas turvas: se eu insistir em mexer para que fiquem claras, a sujeira apenas se espalhará ainda mais. Foi então que aprendi um caminho diferente. Quando minha mente está nesse estado, o melhor que posso fazer é acolher o papel de observador: respirar, aceitar a situação e aguardar o momento em que a poeira interna se assente. Só assim, com calma e delicadeza, é possível limpar sem espalhar. E, quase como mágica, percebo que a mente se aquie...

Expectativa...

Quinta-feira, 21 de abril de 2022 – 15 Quando percebi onde a mudança começa Como é difícil lidar com essa estranha expectativa... Durante muito tempo, vivi esperando que os outros mudassem: que os governantes agissem diferente, que meu chefe tivesse outra postura comigo, que minha esposa mudasse, que meus amigos fossem de outra maneira... até mesmo que minha própria mente se transformasse por si só. Esperava — quase implorava — que a vida ao meu redor mudasse. Mas, por mais que desejasse, nada acontecia. Foi então, numa manhã clara de verão, quando o sol se erguia no horizonte, que compreendi o que antes parecia óbvio e, no entanto, me escapava: toda mudança que eu desejava só poderia começar em um único lugar — dentro de mim. Para isso, primeiro precisei aprender a ceder. Ceder aos meus conceitos antigos, enferrujados, que eu sustentava como verdades absolutas. Foi necessária uma boa dose de humildade para reconhecer que eu mesmo era o maior obstáculo à transformação que ta...

A difícil arte de aceitar...

Quarta-feira, 20 de abril de 2022 É evidente que, na minha vida, acontecem muitas coisas que eu gostaria que fossem diferentes. É claro que não consigo realizar tudo o que desejo — e, menos ainda, da forma exata como quero. Muitas vezes, esqueço que faço parte de um todo maior, em que Forças além de mim interagem constantemente, regidas por leis próprias que não se curvam ao meu capricho. Por isso, cabe-me discernir: o que depende do meu esforço e o que pertence a essas forças maiores? Reconhecer essa diferença é um exercício de humildade e, ao mesmo tempo, de sabedoria. Aceitar certos fatos, portanto, não é sinal de fraqueza, mas de racionalidade. No entanto, percebo que essa aceitação precisa ir além de palavras ditas da boca para fora, como se fosse uma resignação imposta a contragosto. Trata-se de uma aceitação profunda, que nasce da compreensão de que a Natureza é assim — soberana em suas leis — e de que eu, como parte dela, devo respeitar tanto seus limites quanto os me...

O valor oculto dos obstáculos...

Terça-feira, 19 de abril de 2022 – 9 O valor oculto dos obstáculos Percebi que, sempre que me encontro diante de um obstáculo — um problema que exige esforço, paciência e coragem — sou inevitavelmente lançado a um novo patamar de conhecimento e crescimento. É justamente a intensidade da luta que determina a dimensão do meu desenvolvimento. Quanto maior a dificuldade, maior também a oportunidade de me transformar. Com o tempo, compreendi algo essencial: os obstáculos não são inimigos da vida, mas presentes disfarçados. Uma espécie de dádiva que, à primeira vista, parece adversidade, mas que carrega em si a possibilidade de evolução. Fugir deles não apenas é inútil, como também me afasta de mim mesmo. O verdadeiro caminho é mudar o foco: olhar para o problema não como condenação, mas como convite. Porque é apenas através da fricção, da resistência, das pedras no caminho, que posso me lapidar e me tornar uma pessoa melhor.   "Se essa mensagem tocou você, compartilhe c...

Entre o bom e o mau...

Assim como interpreto os acontecimentos em minha vida, a minha perspectiva é estruturada para a próxima ação. Onde minha cabeça vai, o meu corpo também vai. Com isso, fica provado que a percepção precede a ação. Percebo que em primeiro lugar, devo distinguir as coisas que posso controlar (internas), e as que não posso controlar (externas). Dessa forma, vou encontrar o bom e o mau, exatamente em minhas escolhas. A decisão, continua sendo minha. (texto baseado em estudos estoicos de Epicteto) m. trozidio

O obstáculo é o caminho...

Domingo, 17 de abril de 2022 Conta-se que havia um rei cujo povo se tornara indolente, arrogante e acomodado. Insatisfeito com esse estado de coisas, decidiu aplicar uma lição que jamais fosse esquecida. Seu plano era simples: colocou uma enorme pedra no meio da estrada principal, bloqueando por completo a entrada da cidade. Depois, escondeu-se nas proximidades para observar como seus súditos reagiriam diante do obstáculo. Alguns se aproximavam, resmungavam, xingavam a má sorte ou culpavam o próprio rei. Outros tentavam mover a pedra sem grande esforço e logo desistiam. A maioria, simplesmente, voltava para casa sem nada fazer. A cada tentativa frustrada, a decepção do rei só aumentava: ninguém parecia disposto a transformar a dificuldade em desafio. Dias se passaram até que um humilde camponês surgiu pelo caminho. Diferente dos demais, não recuou diante da rocha. Empurrou, forçou, insistiu. Quando percebeu que não conseguiria sozinho, procurou no bosque por algo que pudesse aj...

E você. o que prefere?

Sábado, 16 de abril de 2022 Ter muito ou ter o suficiente? Um dia, me peguei diante de uma pergunta simples e, ao mesmo tempo, perturbadora: O que é melhor — ter muito ou ter o suficiente? Percebi então que o desejo de ter muito é como um poço sem fundo: quanto mais se conquista, mais nasce a necessidade de conquistar ainda mais. É uma sede insaciável que nunca se apaga. Quem entra nessa espiral corre o risco de se tornar escravo da própria ganância, condenado a um sofrimento silencioso e interminável. Já o desejo do suficiente abre outro caminho. Ele não anula o sonho, nem a busca, mas nos ensina a reconhecer o que já temos como valioso. Quando escolho o suficiente, encontro a liberdade: posso desfrutar da vida sem o peso da comparação, sem a tirania do excesso. E, nesse espaço sereno, a felicidade deixa de ser uma miragem distante para se tornar presença real.   "Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando." m. trozidio conheça ...

A liberdade está na interpretação...

Sexta-feira, 15 de abril de 2022 Com o tempo, a vida me concedeu uma percepção libertadora: o que me causa preocupação e sofrimento não são os problemas em si, mas a minha interpretação e julgamento sobre eles. A dor não reside no evento, mas na forma como eu o nomeio. Muitos dos problemas que se apresentam no nosso caminho — uma perda, uma decepção, um obstáculo inesperado — estão além da nossa capacidade de mudar. Por muito tempo, lutei contra essas realidades, acumulando frustração e angústia. Mas descobri que há um campo vasto e poderoso que posso moldar à minha vontade: a minha interpretação. Essa mudança de foco, do mundo externo para o interno, transformou a minha jornada. Hoje, embora ainda esteja aprendendo a trilhar esse caminho, já consigo lidar muito melhor com tudo e com todos ao meu redor. A paz não é mais a ausência de problemas, mas a habilidade de acolhê-los sem o peso do julgamento. A verdadeira liberdade não está em controlar o que acontece, mas em escolher com...

A arte de surfar a vida...

Quinta-feira, 14 de abril de 2022 A arte de surfar a vida Sem saber exatamente como me portar no dia de hoje, em meio a tantas incertezas, decidi simplesmente viver mais este dia. Em um momento de reflexão, uma analogia surgiu sorrateiramente e me revelou o que eu mais desejava: surfar! Sim, surfar este dia como se ele fosse uma grande onda. O que a vida nos ensina, através do mar, é a lição da aceitação e da entrega. Não temos o poder de controlar uma onda, de determinar sua força, sua direção ou sua intensidade. O que nos cabe é apenas tentar ficar em pé sobre ela. Posso arriscar um leve movimento para a esquerda ou para a direita, mas o sentido principal da jornada é sempre dela, da própria onda, que a vida determina. A sabedoria está em reconhecer que, na vida, quase nada está sob nosso controle. A nossa única tarefa, então, é mantermo-nos em pé, equilibrando-nos sobre as incertezas, em vez de lutar contra o fluxo. A verdadeira paz e o verdadeiro prazer não estão em dominar...

Aprendendo fazendo...

Quarta-feira, 13 de abril de 2022 A filosofia do primeiro passo: a ação como fonte de sabedoria A vida nos ensina uma lição simples, mas poderosa: a sabedoria não é um pré-requisito para a ação, mas o seu resultado. Quando me deparo com algo que não sei fazer, a única maneira de obter o conhecimento necessário é me colocar em movimento e realizá-lo da forma como posso. Ao fazer isso, de um jeito ou de outro, parece que invoco as substâncias invisíveis e o aprendizado se manifesta. Esperar para ter o conhecimento antes de agir é uma armadilha, um ciclo vicioso de inércia que nos paralisa. É a lógica de "não faço, porque não sei como fazer" e "não sei como fazer, porque ainda não fiz". A inércia nos mantém presos no mesmo lugar, alimentando a própria ignorância que a justificou. A vida não nos dá um mapa completo antes de iniciarmos a jornada. Ela nos oferece o primeiro passo. A verdadeira sabedoria reside na coragem de dar esse passo, mesmo com a incerteza. É...

O Universo não gosta...

Terça-feira, 12 de abril de 2022 – 14 A arte de fluir: o ritmo do universo e a nossa paciência É uma lição que a vida insiste em nos ensinar: o Universo não aprecia ser pressionado. As evidências estão em cada tentativa fracassada de forçar uma situação. Todas as vezes em que tentei impor a minha vontade sobre o fluxo natural da vida, o resultado foi o oposto do esperado, quase como se o próprio cosmo me impusesse um castigo silencioso. A pressa e a urgência são venenos para a realização. O caminho da sabedoria, então, reside em seguir o fluxo. É uma tarefa que exige relaxar, abrir mão do controle e parar de lutar contra o meio para conseguir o que se deseja. A aceitação, longe de ser uma passividade, é a inteligência de saber que cada coisa tem o seu tempo e o seu lugar. A prova de que essa é a melhor alternativa está nas minhas próprias experiências. Todas as minhas melhores realizações, aquelas que me trouxeram a verdadeira alegria, aconteceram quando eu menos esperava. Muit...

O valor invisível: a importância da harmonia interior ...

Segunda-feira, 11 de abril de 2022 O que é mais importante na vida? A pergunta ecoa em cada um de nós. A resposta parece óbvia e imediata: saúde, família, segurança, fé, um bom emprego, dinheiro. Sem dúvida, são pilares que todos almejam, elementos essenciais para uma existência estável e próspera. No entanto, há um valor ainda mais fundamental e, muitas vezes, negligenciado: a harmonia comigo mesmo. A principal causa dos meus problemas, e, por que não dizer, do meu sofrimento, reside exatamente no conflito que travo em meu próprio interior. Percebi que de nada adianta ter todas as bênçãos externas, se a guerra interna persiste. Passei a enxergar que mesmo com saúde, uma família amorosa, um emprego seguro e a fé que me guia, a paz interior continuava sendo o denominador comum do meu bem-estar. A ausência de harmonia comigo mesmo transformava até as maiores conquistas em poeira. Viver em conflito com a própria alma é um fardo pesado demais para carregar, mesmo que a vida pareça pe...

A grande mentira...

Domingo, 10 de abril de 2022 – 12 O labirinto da identidade: em busca do ser autêntico É uma crença comum, mas uma verdade amarga: raramente somos quem realmente somos. Depois de décadas imersos em um ambiente que nos molda, somos induzidos a fazer isso, a gostar daquilo, a aspirar a uma vida que não é nossa. Aos poucos, terminamos perdendo não apenas a nossa direção, mas a própria noção de quem somos em essência. Daí a urgência e a importância da busca pela consciência. Não se trata de uma tarefa simples. Reconheço que vivo hoje em uma forte ilusão sobre quem sou, uma ficção que construí e que, por vezes, defendo com unhas e dentes, como se fosse a mais pura das verdades. Essa mentira se tornou tão parte de mim que, por vezes, luto para mantê-la viva, mesmo que me custe a minha própria autenticidade. Essa é a nossa grande tragédia moderna: não consigo pensar com a minha própria cabeça, nem desejar aquilo que o meu ser mais profundo anseia. Somos forjados e moldados pela mídia,...

A paz que não se busca, mas se encontra...

Sábado, 09 de abril de 2022 Com o tempo, aprendi uma lição fundamental, que ecoou em minha alma. Percebi que a busca incessante pela paz, ou por qualquer outro estado desejado, é uma ilusão. Eu vivia em uma corrida contra mim mesmo, acreditando que a felicidade estava sempre no próximo passo, no próximo objetivo alcançado ou em uma versão "melhor" do meu presente. Qualquer tentativa de escapar do momento atual, por mais desagradável que ele fosse, apenas intensificava o conflito interno. Era como se eu estivesse lutando contra a minha própria sombra, criando mais insatisfação e mais inquietação. A verdade é que nenhum estado é mais importante do que aquele em que estou vivendo agora. A grande mudança, a verdadeira virada de chave, aconteceu quando comecei a me perdoar. Perdoar por não ser perfeito, por sentir o que sentia, por não ter o controle de tudo. Passei a aceitar— de verdade — cada momento de insatisfação, cada falha, cada dor. E foi nessa aceitação que, aos pou...

Uma inversão de valores...

Quinta-feira, 07 de abril de 2022 A dádiva disfarçada: ressignificando a dor Problemas, situações desagradáveis, contratempos... Por muito tempo, esses elementos foram vistos por mim como forças que me jogavam para baixo, capazes de me deixar triste, chateado e até mesmo revoltado. Eu os percebia como o "mal" em minha vida, obstáculos que impediam a minha paz e o meu avanço. Mas, com o tempo, a perspectiva mudou. Aos poucos, fui percebendo que são justamente os problemas e os contratempos que nos forçam a sair da nossa zona de conforto. Eles nos empurram para a ação, nos desafiam a buscar novas soluções e a descobrir forças que nem sabíamos que tínhamos. O que ocorreu em meu interior foi uma verdadeira inversão de valores. Aquilo que eu considerava uma "coisa ruim", um "mal" a ser evitado a qualquer custo, revelou-se, de repente, uma dádiva. A dor e a dificuldade não são mais vistas como inimigas, mas como professoras implacáveis, porém essenciais,...

O peso da expectativa e a liberdade de aceitação...

Quarta-feira, 06 de abril de 2022 É preciso tempo para decifrar as complexas teias que nos prendem. Levei muito tempo para compreender que a expectativa não era apenas um sentimento passageiro, mas uma força que atormenta a alma. Percebi que o sofrimento não estava no desejo em si, mas na intensidade com que o condicionava ao meu futuro. Quanto maior o anseio por algo, maior a expectativa criada e, consequentemente, mais profunda a dor da sua possível não realização. Aos poucos, fui entendendo que a solução não era a renúncia dos meus desejos. Afinal, eles são o motor da vida, a bússola que aponta para onde queremos ir. O verdadeiro trabalho, então, não estava em eliminá-los, mas em ressignificar a espera. A paz não pode ser condicionada à posse de algo, seja um objetivo, um relacionamento ou uma circunstância ideal. Ela precisa ser um estado de espírito, não uma recompensa. É um desafio imenso enfrentar o inconformismo, esse sentimento de vazio que nasce quando a realidade se af...

A revelação do momento presente ...

Terça-feira, 05 de abril de 2022 Houve uma manhã nublada em que uma nuvem, mais do que cinzenta, parecia ter caído do céu e pousado sobre a minha mente. Em meio a essa névoa, uma clareza inesperada se formou: eu definitivamente consegui perceber que todos os momentos da minha vida, sem exceção, são os melhores que eu poderia estar vivendo. Chegar a esse reconhecimento foi, sem dúvida, o ponto mais alto do meu desenvolvimento até agora. Não se trata de uma negação do sofrimento ou de uma visão ingênua da vida, mas de uma profunda aceitação da realidade. É a percepção de que cada instante, com todas as suas complexidades e desafios, é o solo sagrado onde a vida realmente acontece. Para alcançar esse estágio, no entanto, tive que aprender a mais difícil das lições: a de não mais oferecer resistência ao momento presente. Era uma luta constante. Eu vivia fugindo, mentalmente, do aqui e agora, querendo que as coisas fossem diferentes, que as circunstâncias se alinhassem aos meus desejo...

A humildade da transformação...

Segunda-feira, 04 de abril de 2022 A narrativa contemporânea, muitas vezes ecoada por "gurus" da autoajuda, nos vende uma ilusão perigosa: a de que temos o poder absoluto de nos transformar naquilo que desejamos. Essa visão, embora sedutora, é uma armadilha. A minha experiência e as minhas décadas de estudo me levaram a uma conclusão que, sei, pode causar repúdio em muitos: eu não tenho o poder de me transformar. No máximo, posso criar um espaço para que a transformação aconteça. Essa distinção é fundamental. A transformação, em sua essência, transcende a nossa capacidade humana. Ela não é um ato de controle ou de vontade pura, mas sim de rendição. É um processo que faz parte de uma consciência infinitamente maior do que a nossa, uma inteligência da vida que nos molda de dentro para fora. O nosso papel, portanto, não é forçar a mudança, mas nos tornarmos merecedores dela. O primeiro passo nesse sentido é a aceitação incondicional de tudo o que está acontecendo neste exa...

A leveza de viver o presente ...

Domingo, 03 de abril de 2022 A frase de que devemos viver no presente parece tão óbvia que se tornou quase uma redundância. No entanto, se a analisarmos com a profundidade que merece, ela se revela como uma das maiores e mais desafiadoras verdades da existência. Todos, inclusive eu, estamos cansados de ouvir que somente no momento presente a vida pode realmente acontecer. O resto — o passado, o futuro, os devaneios — não passa de um reino de lembranças e de imagens mentais. A ironia, contudo, é que, por alguma razão incontrolável, é exatamente o que menos fazemos. Forças poderosas, tanto internas quanto externas, parecem interagir conosco, nos arrastando para as lembranças do passado ou nos arremessando em ansiedade por um futuro que ainda não existe. Esses devaneios, em sua grande maioria, servem como um escape, uma fuga do momento presente, especialmente quando este nos confronta com uma situação que não aceitamos. E é aqui que um outro pilar da sabedoria se revela: a aceitação...