Postagens

Mostrando postagens de junho, 2023

Do copo ao lago: a parábola da dor ...

30 de junho de 2023 Em sua sabedoria, um velho mestre propôs um desafio a um jovem aflito: "Coloque um punhado de sal em um copo d'água e beba." O jovem obedeceu e o resultado foi imediato: "É horrível, Mestre. O gosto é amargo e salgado." O mestre, então, sorriu e o levou a um vasto lago, pedindo-lhe que repetisse o gesto. O jovem lançou o sal na imensidão da água e, ao beber, percebeu que a água era fresca e agradável. O mestre, com a calma de quem compreende a vida, explicou: “A dor, meu filho, é como o sal. A sua quantidade não muda. O que muda é o recipiente onde a colocamos. Quando a dor se concentra na pequena água do copo, ela nos amarga e nos consome.” Essa parábola nos convida a uma profunda reflexão. O sofrimento se torna insuportável quando permitimos que ele ocupe todo o nosso ser, isolando-nos em um pequeno copo. A única forma de diluí-lo é expandindo a nossa existência, tornando-nos um lago. Ao dar mais valor às bênçãos que temos, às pessoas...

A felicidade ainda existe ...

29 de junho de 2023 Depois de alguns anos de muita turbulência em minha vida, quando eu já estava desistindo de continuar, ela surgiu linda, majestosa e cheia de encantos.      — A felicidade ainda existe – disse-me uma voz distante...  Perplexo, não acreditei no que ouvia. A vida me transformara em um cético, frio e calculista, ríspido e sem emoções, que por vezes duvidava até mesmo da própria existência.      — A felicidade ainda existe – continuava a voz distante...  Por mais uma vez olhei à minha volta, por mais uma vez procurei por ela, sem sinais, muito menos indícios de qualquer coisa parecida.      — A felicidade ainda existe – ela não parava de falar...  Eu já impaciente desejava brigar novamente com tudo ao meu redor.      —   Está bem! Está bem! – disse eu. — A felicidade existe, mas onde está você? De súbito, uma forte pontada no peito me chama a atenção.       — Estou aqu...

A batalha silenciosa ...

28 de junho de 2023 Ao primeiro sinal de consciência de um novo dia, a mente ainda adormecida sente um peso, uma leve melancolia. É um mal-estar sutil, mas persistente, a voz do nosso ego mais resistente. Mesmo com anos de estudo e dedicação, a batalha com essa parte de nós mesmos é diária. Quando contrariado ou confrontado com uma realidade que não agrada, ele nos arrasta para um estado de desânimo. Nossa razão compreende, de forma cristalina, que tudo o que nos acontece é, precisamente, aquilo de que mais precisamos para evoluir. Sabemos que cada desafio, cada desconforto, cada reviravolta da vida é uma oportunidade de aprendizado. No entanto, o "pequeno eu" ainda se permite abater, caindo na armadilha da resistência. Essa é a mais íntima das lutas: a que trava a nossa sabedoria com a nossa teimosia. Diante de cada evento, somos convidados a lembrar que ele existe com um único propósito: nos ensinar algo fundamental. A nossa única responsabilidade, e o nosso maior tra...

A janela da percepção ...

27 de junho de 2023 Olhamos para o mundo através de um vidro, mas essa não é apenas uma barreira física: é a própria janela da nossa percepção. Por ela, podemos ver um mundo límpido e cristalino, repleto de beleza e harmonia, ou um reflexo embaçado, manchado pela poeira das nossas próprias emoções e julgamentos. Quando esse vidro está sujo, o mundo que vemos é um reflexo dessa sujeira. Acreditamos, com toda a nossa convicção, que a desordem e a negatividade que nos afligem estão lá fora, e embarcamos em uma luta exaustiva para tentar limpar o mundo, consertar os outros e mudar as circunstâncias. Nosso esforço é, no entanto, em vão. A grande revelação, a virada de chave, é entender que a batalha não é externa. A verdadeira limpeza é interna. É preciso parar de tentar polir o mundo e, em vez disso, dedicar-se a limpar a própria janela. Ao purificarmos a nossa percepção, o mundo à nossa frente, por mais que não mude em sua essência, nos é revelado em sua beleza intrínseca. A clareza...

A sabedoria da saída impossível ...

26 de junho de 2023 Em um mundo onde a justiça nem sempre prevalece, conta-se a história de um homem virtuoso, acusado injustamente de um crime. Levado a julgamento, ele sabia que seu destino já estava selado: a forca. O juiz, um corrupto cúmplice, tentou dar um ar de equidade ao processo, propondo um jogo: em dois papéis idênticos, seriam escritas as palavras "culpado" e "inocente", e o destino do réu seria decidido pelo papel que ele escolhesse. O homem percebeu a armadilha — ambos os papéis estavam marcados com a palavra "culpado". Não havia escapatória, não havia esperança. A sala, em silêncio tenso, esperava o veredito. O homem, com os olhos fechados, respirou fundo. Quando os olhares se voltaram para ele, um estranho sorriso surgiu em seu rosto. Ele pegou um dos papéis, levou-o à boca e, em um ato rápido, o engoliu. O juiz e os presentes ficaram indignados. “O que você fez? Como saberemos o veredicto agora?” O homem respondeu, calmamente: “É ...

A cura durante a noite ...

24 de junho de 2023 Cansado de tanto caminhar, sentei-me sobre uma pedra gélida. A cabeça, pesada demais para os pensamentos que a habitavam, afundou entre as mãos. Foi então que, de forma inesperada, senti um toque leve e seguro sobre o meu couro cabeludo. O gesto, de uma ternura profunda, veio acompanhado de uma voz suave que me perguntou: “O que está acontecendo?”. Eu não tinha palavras para a minha dor, mas a mão afagou meus cabelos, e uma paz esquecida, há muito tempo, começou a me envolver. Uma emoção, aparentemente sem precedentes, emergiu do meu peito, transbordando em lágrimas quentes que escorriam sem controle pelo rosto. A voz, de novo, manifestou-se: “Chore. Você precisa chorar. Ponha para fora toda essa tristeza que te aprisiona.” Não sei por quanto tempo me entreguei àquele desespero libertador, mas a dor parecia desesperada para ir embora. Quando acordei, o travesseiro estava encharcado. O peso do mundo, contido por tanto tempo, havia encontrado uma saída na escuri...

A revolução da resposta ...

23 de junho de 2023 Em nossa busca por uma vida de paz e sucesso, muitas vezes nos perdemos na ilusão de que precisamos controlar o que acontece. Tentamos prever o futuro, manipular circunstâncias e fazer com que a vida se encaixe em nossos desejos. O que a sabedoria nos ensina, no entanto, é que a verdadeira liberdade reside em uma profunda e simples mudança de foco. O que verdadeiramente define nossa jornada não são os eventos que nos atingem, mas a forma como escolhemos responder a eles. É uma revolução da resposta, um reconhecimento de que o nosso poder não reside no mundo exterior, mas na nossa capacidade de moldar nosso mundo interior. Essa epifania pode ser resumida em uma poderosa metáfora: “No jogo da vida, não são as cartas que recebemos que nos fazem ganhar, mas a maneira como jogamos com elas.” A mão que nos é dada — com suas perdas, desafios e vitórias inesperadas — está fora de nosso controle. Nosso trabalho, e nossa única responsabilidade, é o domínio sobre a estratégia ...

A inabalável fortaleza da mente ...

22 de junho de 2023 Em um mundo tomado pela agitação e por forças que não podemos controlar, a busca por um "porto seguro" é o anseio mais profundo da alma humana. Mas onde encontrá-lo? A verdadeira segurança não está em circunstâncias favoráveis, em riquezas ou na aprovação de terceiros. O único refúgio inabalável é construído por nós, dentro de nós. Esse porto é a fortaleza da mente, o espaço onde nos mantemos firmes em nossos propósitos e nos recusamos a ser definidos pelos eventos externos. A vida, com seus golpes e reviravoltas, nos desafia constantemente. Receber esses golpes com maturidade não significa aceitá-los passivamente, mas sim impedir que eles perturbem nosso centro de gravidade. É a capacidade de observar a tempestade sem permitir que ela nos afunde. Neste cenário, a ideia de ser "violento" no sentido figurado não é sobre agredir o mundo, mas sobre uma ação interna e radical. É a determinação de tomar as rédeas da própria vida, decidindo que n...

O poder transformador da aceitação total ...

21 de junho de 2023 Muitas vezes, nossa primeira reação ao desconforto é a resistência. Tentamos fugir, negar ou lutar contra aquilo que nos desagrada, na esperança de que a dor desapareça. Contudo, essa batalha interna apenas amplifica a negatividade, dando-lhe mais poder sobre nós. O que a sabedoria ancestral nos ensina é que a verdadeira libertação não está em resistir, mas em acolher. A "Lei da Não-Resistência" propõe um caminho radical: abraçar cada situação, especialmente as mais difíceis, em vez de rejeitá-las. Isso não significa que você deve gostar ou se acomodar com o que é ruim, mas sim que você deve parar de lutar contra a sua existência. Ao fazer isso, você desarma o poder que a situação tem de te prejudicar. A negatividade se dissolve não porque a situação mudou, mas porque a sua relação com ela se transformou. Essa lei nos convida a um ato de profunda confiança no fluxo da vida. É a compreensão de que, ao aceitarmos o que é, libertamos a energia que antes...

O poder secreto de parar de lutar ...

20 de junho de 2023 O poder secreto de parar de lutar ... Quem já enfrentou uma crise existencial profunda sabe que a sensação de estar perdido é esmagadora. É um impulso natural tentar lutar contra essa dor, forçar uma saída, buscar desesperadamente o controle. No entanto, o paradoxo da transformação é que a mudança para melhor raramente começa na luta, mas sim na sua rendição. Essa é a essência do conceito oriental de Wu Wei, a arte de não fazer nada — ou, mais precisamente, de agir em harmonia com o fluxo da vida, com o Tao. O escritor alemão Theo Fischer, que se dedicou a explorar essa filosofia, nos lembra de uma verdade fundamental: o alívio real e duradouro só se inicia quando abandonamos a batalha. Parar de lutar não é sinônimo de inércia ou fraqueza. É, na verdade, um ato de profunda sabedoria e coragem. É uma decisão consciente de soltar o controle, de aceitar o momento presente e de confiar que a vida tem um curso próprio. Ao invés de remar contra a correnteza, apren...

O segredo da invencibilidade: onde focar sua luta? ...

19 de junho de 2023 A verdadeira invencibilidade não é a ausência de adversários, mas a sabedoria de escolher suas batalhas. Descobrir essa verdade é um divisor de águas na busca pela serenidade. Por muito tempo, confundimos ser "invencível" com a capacidade de vencer em qualquer campo, gastando nossa energia e paz interior em lutas cujo resultado está fundamentalmente fora do nosso controle. Essa é a grande ilusão que nos aprisiona. O caminho para a fortaleza inabalável reside no reconhecimento lúcido do nosso círculo de influência. Só podemos ser verdadeiramente invencíveis quando nos recusamos a entrar em combates onde a vitória depende de fatores externos: a opinião alheia, a decisão de terceiros, os caprichos do destino ou a simples imprevisibilidade do mundo. Ao voltarmos nossa energia e foco para a única coisa que podemos controlar — nossas próprias respostas, julgamentos e intenções — blindamo-nos contra a frustração e a derrota. Se sua meta for ter a atitude...

A aceitação como caminho para a paz ...

18 de junho de 2023 A verdadeira liberdade não está em controlar o que acontece, mas em aceitar incondicionalmente o que é. Muitas vezes, a nossa luta mais profunda e o nosso maior sofrimento vêm da insistência em que a vida deveria ser diferente do que ela é. Questionamos eventos, lamentamos circunstâncias e resistimos à realidade, esquecendo que essa batalha interna é a fonte de toda a nossa inquietação. A paz, portanto, não é um prêmio para quem vence a batalha contra o destino, mas sim o estado de espírito daquele que se alinha com o fluxo da vida. A proposta é simples, mas radical: permitir que a nossa vontade se harmonize com a vontade dos eventos, sejam eles bons ou ruins. Em vez de desejar que as coisas aconteçam como gostaríamos, passamos a desejar que aconteçam exatamente como estão ocorrendo. Ao fazer isso, abandonamos a resistência, cessamos a luta. A dor pode até permanecer por um tempo, mas o sofrimento – aquele que nasce da recusa em aceitar – se desfaz. É um ato d...

O verdadeiro poder da ofensa ...

17 de junho de 2023 A ofensa não mora na boca de quem a profere, mas na permissão de quem a recebe. Essa é uma verdade libertadora que raramente paramos para digerir. Um insulto, uma crítica, uma provocação — todas são apenas palavras vazias até que nosso próprio julgamento as dote de significado e as transforme em algo pessoal e doloroso. A reatividade é o reflexo imediato de um ego ferido, uma resposta emocional que nos rouba a consciência e a paz. Em vez de ceder a essa impulsividade, a verdadeira maestria reside em um momento de pausa. É nesse espaço de silêncio, de uma respiração consciente, que reencontramos nosso centro. Ao reconhecermos que o poder de nos atingir está em nós, e não no outro, desarmamos a ofensa. O agressor, nesse cenário, deixa de ser uma ameaça e se torna apenas um reflexo de suas próprias limitações. A frase de Sócrates, "Se você soubesse de todos os meus defeitos, você não diria somente isso!", ecoa essa sabedoria com profundidade, transforma...

A vida não é um jardim, é uma batalha ...

16 de junho de 2023 A vida não é um jardim tranquilo, mas sim um campo de batalha. Essa é uma visão antiga, mas ainda profundamente relevante. A nossa existência é uma campanha militar, com suas exigências e seus deveres. Alguns são chamados para a vigilância, outros para o reconhecimento, e outros para a linha de frente. Da mesma forma, a nossa vida é uma batalha. Não uma batalha curta ou insignificante, mas uma campanha longa e diversificada, cheia de desafios e responsabilidades. Fomos designados para um posto-chave, e não para um papel modesto. O nosso posto não é temporário; ele dura por toda a vida. A batalha da vida não se vence com armas, mas com virtude e resiliência. O seu posto é a sua realidade, as suas circunstâncias, os seus relacionamentos. Não se trata de escapar ou de se esconder, mas de permanecer firme, de fazer a sua parte com honra e de aceitar o seu dever. A vida é uma ordem, e a virtude é a sua resposta. Lembre-se: você não está aqui por acaso. O seu post...

O sofrimento não está naquilo que acontece, mas na sua resistência ...

15 de junho de 2023 Você já se perguntou o que, de fato, causa o seu sofrimento? O sofrimento não é o evento em si, mas a não aceitação de uma realidade que diverge dos seus desejos. Pense na cena clássica: uma criança no supermercado, que, ao ouvir o "não" dos pais para um brinquedo, se joga no chão em um escândalo. Ela não sofre pela ausência do brinquedo, mas pela sua incapacidade de aceitar a resposta. Infelizmente, por mais que sejamos adultos, muitas vezes nos comportamos da mesma forma. Fazemos um "escândalo interno" quando a vida nos diz "não". A vida, ou a Natureza, como preferem os filósofos estoicos, impõe situações que contrariam nossos desejos, e nós, em vez de aceitarmos, nos debatemos, lamentamos e sofremos. A dor é inevitável; o sofrimento é opcional. A dor é o impacto do "não" da vida, mas o sofrimento é a nossa teimosia em resistir a ele. A verdadeira paz não reside em ter tudo o que desejamos, mas em aceitar que nem t...

Autoajuda…

14 de junho de 2023 No mundo literário, os livros de autoajuda frequentemente são vistos com desdém. Talvez o principal motivo seja a promessa fácil de sucesso e felicidade instantâneos, uma receita que ignora o ingrediente mais difícil: a mudança de comportamento. Essa literatura muitas vezes evita tocar no cerne da questão, naquilo que ninguém gosta de ouvir: que a verdadeira transformação exige autoconhecimento. É por essa razão que o pensamento estoico, com sua filosofia prática, permanece tão relevante. Epicteto e os estoicos nos ensinam que a felicidade não é encontrada em promessas vazias, mas na aceitação da realidade. É fundamental ter sempre em mente a possibilidade dos infortúnios e, principalmente, diferenciar o que está sob nosso controle do que não está. O estoicismo nos convida a agir de forma virtuosa, a fazer a nossa parte, a controlar nossas escolhas e reações. E, depois disso, a aceitar o que a vida nos traz. Não se trata de uma entrega passiva, mas de um entendiment...

A jornada da alma: de quem é a culpa? ...

13 de junho de 2023 Epicteto, o filósofo estoico que viveu como escravo, nos deixou uma lição que transcende o tempo. Ele nos apresenta uma jornada de autodesenvolvimento em três fases, que define a maturidade de nossa alma. A primeira fase, a da pessoa não educada, é aquela em que acusa os outros por seus próprios erros. É o estágio da vitimização, onde a culpa é sempre externa. "A culpa é do meu chefe", "do governo", "da minha família". A responsabilidade é um fardo pesado demais para ser carregado, então a depositamos em qualquer um. A segunda fase é a do despertar, quando começamos a nos educar. A culpa muda de endereço e passa a ser nossa. "Eu sou o culpado", "eu errei", "eu sou o problema". É um passo importante, pois traz a responsabilidade para si, mas ainda nos mantém presos a um ciclo de autoacusação. A terceira e mais elevada fase é a da verdadeira sabedoria. Nela, o ser humano educado não acusa nem os outro...

O perigoso jogo da autossabotagem ...

12 de junho de 2023 Acredito que o maior erro que podemos cometer é condicionar nossa felicidade à transformação do mundo e das pessoas ao nosso redor. É um engano profundo. É assustador o poder que temos de nos iludir, de nos perder em distrações, deixando o que é importante para depois, ou até mesmo para nunca. Vivemos a ilusão de que somos vítimas de nossas circunstâncias, presos a fantasmas e limitações que insistimos em alimentar. No entanto, em um momento de clareza, percebemos que tudo o que estamos vivendo hoje foi, de alguma forma, planejado por nós mesmos no passado, mesmo que de forma inconsciente. É nesse ponto que a atenção aos nossos pensamentos se torna uma questão de vida ou morte. A falta de consciência do momento nos leva a cometer erros e nos expõe à nossa vulnerabilidade. A falta de vontade nos empurra para a autossabotagem. Ao contrário do que muitos pensam, as emoções, quando descontroladas, podem nos trair. Reações baseadas nelas quase sempre nos levam ao a...

A voz de Deus que pulsa em você ...

11 de junho de 2023 Em meio à agitação e à pressão, quando a vida parece se complicar, convido você a uma pausa. Essa é uma prática simples, mas com resultados profundos, que me ajuda a encontrar o centro mesmo quando tudo parece estar fora de controle. Sente-se, com os pés firmemente plantados no chão. Agora, com o polegar direito, encontre o seu pulso esquerdo, buscando aquela pequena veia que transmite, em um ritmo constante, cada batimento do seu coração. Sinta-o. Concentre toda a sua atenção nessa pulsação, enquanto mantém os pés no chão. Essa é a voz de Deus. A presença Divina que habita em você. Absolutamente nada no universo físico consegue manifestar a vida sem esse sopro sagrado. Cada batida do seu coração é uma prova de que a vida, em sua essência mais pura, é um milagre. Ao retomar a consciência de que essa Divindade reside em nós, somos invadidos por uma profunda sensação de paz e segurança. Nenhum problema, nenhuma situação negativa pode ser tão grande diante dessa presen...

O maior prêmio da loteria não é dinheiro ...

10 de junho de 2023 Sábado, 10 de junho de 2023. O sol brilha forte, anunciando mais um dia quente. A natureza nos lembra que, mesmo após a tempestade, a luz sempre retorna. Essa simples cena me fez parar e refletir sobre o maior presente que podemos receber. Ainda na cama, no exato momento em que o primeiro sinal de consciência surge, antes mesmo de qualquer pensamento ou preocupação, meu coração se enche de um sentimento: gratidão. Independentemente dos desafios que o dia possa trazer, dos problemas que me esperam ou das incertezas do futuro, a oportunidade de viver mais um dia é, por si só, a maior dádiva. Nem mesmo o maior prêmio da loteria poderia ser mais valioso do que esta dádiva. O dinheiro pode comprar conforto, mas não a vida. A fama pode trazer reconhecimento, mas não a paz interior. A verdadeira riqueza está em ter a chance de sentir, de aprender, de errar e de amar. Esse é o verdadeiro prêmio: o privilégio de ter mais um dia. O convite é para abraçar essa dádiva...

A jornada da alma: de quem é a culpa? ...

09 de junho de 2023 Epicteto, o filósofo estoico que viveu como escravo, nos deixou uma lição que transcende o tempo. Ele nos apresenta uma jornada de autodesenvolvimento em três fases, que define a maturidade de nossa alma. A primeira fase, a da pessoa não educada, é aquela em que acusa os outros por seus próprios erros. É o estágio da vitimização, onde a culpa é sempre externa. "A culpa é do meu chefe", "do governo", "da minha família". A responsabilidade é um fardo pesado demais para ser carregado, então a depositamos em qualquer um. A segunda fase é a do despertar, quando começamos a nos educar. A culpa muda de endereço e passa a ser nossa. "Eu sou o culpado", "eu errei", "eu sou o problema". É um passo importante, pois traz a responsabilidade para si, mas ainda nos mantém presos a um ciclo de autoacusação. A terceira e mais elevada fase é a da verdadeira sabedoria. Nela, o ser humano educado não acusa nem os outro...

Deus não está fora, mas em você ...

08 de junho de 2023 Hoje, a necessidade de escrever isso se impôs, como uma verdade que precisava vir à tona. Não vejo Deus como uma autoridade distante, onipotente, que nos ameaça com punições. Vejo Deus como a energia que flui através das sinapses do nosso cérebro, a mesma força vital que pulsa em nossos corações. Deus está em tudo o que criou. Cada parte da Sua criação carrega o conhecimento do universo, a essência do Todo. Essa percepção me faz questionar: será que nós realmente aprendemos algo novo, ou apenas descobrimos aquilo que já sabemos? Talvez o conhecimento já esteja contido em nossa mais pura essência, esperando o momento de ser revelado. A vida é um mistério, e tudo nela tem uma razão de ser. Infelizmente, nossa consciência limitada nos impede de compreender plenamente esse propósito. Mas, se tudo tem um motivo, então o que temos é exatamente o que merecemos, o que a nossa alma precisa para evoluir. Ou acreditamos nisso, ou seremos forçados a dizer que a vida, e a força ...

A moeda da vida: que lado você escolhe viver? ...

07 de junho de 2023 Ao parar para refletir, percebo uma verdade fundamental: a existência de qualquer coisa só é possível pela presença viva do seu oposto. Como saber o que é a luz sem conhecer a escuridão? Como apreciar o doce se o amargo não nos ensina a sua diferença? É impossível viver em apenas um lado da moeda. A vida é uma experiência de dualidade. Por isso, ilude-se quem deseja evitar a dor e viver somente na felicidade. A dor, a tristeza, o amargo – como o que talvez você sinta hoje – não podem ser ignorados, muito menos evitados. Eles são a outra face dessa grande moeda que é a vida. A diferença crucial, no entanto, está no grau de importância e na aceitação que damos a cada lado. Existem aqueles que escolhem viver no lado triste, no papel de vítimas que culpam o mundo por sua desgraça. E existem aqueles que, mesmo na dificuldade, se levantam e fazem a sua própria felicidade acontecer, em vez de esperar que ela venha de fora. A escolha é sua. A grande maioria das nossas escol...

O segredo estoico que silenciou minha mente ...

06 de junho de 2023 O estoicismo me ensinou uma lição que mudou tudo: eu não sou nada além de mim mesmo. Adotar essa verdade não foi apenas um exercício intelectual, mas uma revolução na minha vida. Passei a direcionar minha energia para o que estava ao meu alcance, e a me libertar do sofrimento causado por tudo o que não podia controlar — as circunstâncias externas, as opiniões alheias, os eventos inesperados. De repente, minha mente começou a se aquietar. A busca incessante por controle deu lugar a uma paz inesperada. Aos poucos, fui redirecionando meu foco do mundo exterior para o meu próprio interior. O resultado foi um ganho progressivo de consciência, de aceitação e de entendimento sobre a minha própria jornada. Descobri que a verdadeira força não reside em controlar o mundo, mas em dominar a mim mesmo. A serenidade não é um estado que se encontra, mas uma prática que se constrói, dia após dia, escolhendo onde colocar a sua atenção e, mais importante, o seu poder.   ...

O perigoso hábito de julgar: o que a humildade pode nos ensinar ...

05 de junho de 2023 A frase que você mencionou carrega uma verdade profunda: "Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja em nossa vida". Acredito que o mais sábio entre nós ainda está a anos-luz de compreender sua própria existência. Lamentar-se, queixar-se, julgar ou sentenciar alguém ou algum fato é um ato de arrogância. Assumimos que sabemos tudo, quando, na verdade, mal entendemos o que se passa dentro de nós mesmos. A maior virtude de um filósofo, sem dúvida, é a consciência de que pouco se sabe sobre o saber. Nós nos consideramos perfeitos e, por isso, saímos em busca de culpados para tudo que não se alinha com nossos planos. Quando não encontramos um culpado aqui na Terra, chegamos a culpar até mesmo o nosso Criador. É por isso que é melhor aceitar o que a vida nos apresenta. Pense bem antes de julgar qualquer coisa, qualquer pessoa ou qualquer situação. A natureza, em sua sabedoria, sabe perfeitamente o que precisamos vivenciar...

A revolução da alma: onde você esconde sua felicidade? ...

04 de junho de 2023 O que fazemos com a nossa felicidade? Entregamos nas mãos de outra pessoa? Esperamos que ela venha de um evento futuro, de uma conquista distante? A verdade é que a alegria, a paz e a nossa vida interior não podem e não devem ser propriedade de ninguém. Somos livres. A nossa felicidade é um compromisso exclusivo conosco. A verdadeira meta da vida é a sua paz interior. Quando sentimos um vazio na alma, mesmo tendo "tudo", é um sinal de que estamos buscando em lugares errados. A resposta não está em algo externo, mas em algo que já existe em você. É preciso se reconectar com seus desejos mais profundos e com a "divindade" que habita em seu ser. A sua felicidade não está longe, ela está à sua espera para ser abraçada. A vida é um reflexo do que pensamos. Parar de nos criticar e nos tornar nosso melhor amigo é o primeiro passo para uma verdadeira mudança. Em vez de exigir dos outros, trabalhe a seu favor. Em vez de criticar, construa. A sua ati...

A escolha silenciosa: onde você coloca sua atenção? ...

03 de junho de 2023 Em cada instante, temos uma escolha. Uma escolha silenciosa, mas com um poder imenso: onde vamos focar a nossa atenção? Podemos nos prender às pequenas e insignificantes irritações que surgem e logo desaparecem, ou podemos nos voltar para as incontáveis bênçãos que já existem em nossa vida. A verdade é que a alegria não é um evento que simplesmente nos acontece; ela é o resultado da nossa decisão de percebê-la. Quando escolho conscientemente direcionar meu olhar para as coisas boas, um sentimento imediato de gratidão toma conta. Essa gratidão não é um estado de espírito passivo. Ela é uma força ativa que transforma a nossa realidade. Ao reconhecer o que já temos, as pequenas frustrações perdem seu poder. Aquilo que antes parecia um grande problema, agora se revela como uma nuvem passageira, incapaz de ofuscar o sol. Essa mudança de foco é um exercício diário. É a prática de honrar o que é real e incontestável em nossa vida, em vez de dar energia aos pensamentos que ...

O segredo é o tamanho que você dá ao problema ...

02 de junho de 2023 Com o tempo, percebi uma verdade fundamental: o tamanho de um "problema" não é um fato, mas sim uma escolha. Ele é diretamente proporcional à importância que decidimos dar a ele. Essa percepção mudou tudo. Passei a adotar um novo hábito. Toda vez que me deparava com algo que parecia ser um obstáculo, eu parava e me fazia uma pergunta simples: "Será que isso realmente é tão importante assim?" As respostas, de início, me surpreenderam. Questões que antes me consumiam, quando analisadas com um pouco de distância, revelavam-se pequenas e passageiras. Percebi que muitas das minhas preocupações eram apenas fantasmas criados pela minha própria mente, alimentados pelo medo e pela ansiedade. O mais transformador, no entanto, foi o que aconteceu em seguida. Ao deixar de dar tanta importância a um "problema", ele simplesmente começava a diminuir, a perder sua força, até que, aos poucos, desaparecia por completo. A energia que antes eu usav...

Mais um dia, mais um mês…

Aos primeiros sinais de consciência desse novo dia, não pude deixar de pensar que além de um novo dia, vivo também um novo mês. O tempo segue sua jornada. Embora a incerteza continue caminhando ao nosso lado, parece que até mesmo isso faz parte integrante da própria vida. Ainda há pouco com a pandemia, agora com guerras… e assim continuamos atentos, desejando, rezando para que tudo possa ficar em paz. Lá fora, a luz fraca do Sol começa a ganhar força. Independentemente do que os homens possam estar fazendo aqui embaixo, lá em cima, o nosso Astro Rei continua cumprindo com o seu papel. Eu também vou cumprir com o meu, sabendo que, mesmo sem entender o porquê de tudo isso estar acontecendo, ainda assim, eu sei que existe uma razão, um motivo para tudo isso. m. trozidio conheça meus livros