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Mostrando postagens de março, 2022

Piloto-automático, até onde?...

Quinta-feira, 31 de março de 2022 A vida é uma jornada pavimentada de incertezas, e meu caminho, como o de todos, é trilhado na tentativa de acertar mais e, consequentemente, errar menos. É evidente que esta busca nem sempre é bem-sucedida. Em muitas curvas do trajeto, acabo errando mais do que gostaria. No entanto, foi na análise desses erros que me deparei com uma das suas raízes mais profundas: o hábito. Com o tempo, percebi que a maioria dos meus equívocos não vinha da falta de conhecimento, mas da falta de consciência. Muitas vezes, mesmo sabendo o que era certo, via-me induzido a cometer erros recorrentes, como se estivesse sob o comando de um piloto-automático. Essa força invisível, o hábito, nos conduz por caminhos conhecidos, mesmo quando a nossa razão nos aponta para outra direção. Diante disso, a única arma eficaz que encontrei para essa batalha é a atenção. A consciência do momento presente se tornou uma prioridade absoluta. É nela que reside a nossa verdadeira liberd...

Quando o sonho acaba...

Quarta-feira, 30 de março de 2022 A Sábia Fé na Força das Próprias Mãos A vida nos faz perguntas diretas, mas suas respostas nem sempre são claras. A mais fundamental delas, talvez, seja esta: "Você precisa ou deseja alguma coisa?". A resposta, para a grande maioria, é um sonoro sim. E é nesse ponto que a jornada de autodescoberta realmente começa. Por muito tempo, a vida me ensinou, pela via mais dura, que não existe atalho. Ou arregaço as mangas e saio em busca do que quero, enfrentando a luta, a dor e os reveses, ou nada, absolutamente nada, cairá no meu colo. A ideia de que o universo conspiraria a meu favor sem o meu esforço era uma ilusão que a realidade se encarregou de desconstruir. Depois de anos nessa jornada, finalmente compreendi que nada é de graça. E que a fé, essa virtude que tantos pregam e veneram, deve ser direcionada não para um milagre passivo, mas para a força do meu próprio esforço. A fé não é uma expectativa de que algo venha até nós, mas a conv...

A morte do ego...

Segunda-feira, 28 de março de 2022 A Natureza, em sua sabedoria primordial, opera sob uma lei incontestável: a da renovação (transformação) constante de toda a matéria. Como nos ensinou o grande químico Antoine-Laurent de Lavoisier, "Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." Essa máxima, que rege a física do nosso universo, tem uma ressonância profunda na nossa própria existência. Sob essa lei, nós não morremos ou nos perdemos, mas sim, nos transformamos. No entanto, há uma parte de nós que, para essa transformação acontecer, deve realmente morrer. E, infelizmente, essa é a parte à qual ainda atribuímos um valor excessivo: o ego. O ego é o grande arquiteto do nosso sofrimento. É a ele que se deve a vaidade, a necessidade de ter razão, a comparação e a busca incessante por validação externa. A história da humanidade nos mostra que o ego é o motor por trás de guerras, discórdias e da vida medíocre que a maioria das pessoas leva, focada apenas na aparê...

Dez pensamentos para despertar a consciência...

Domingo, 27 de março de 2022 A sabedoria de alguns pensadores transcende o tempo, e suas palavras se tornam faróis em nossa jornada. Para mim, Alan Wilson Watts (1915-1973) é um desses mestres. Sua capacidade de traduzir a complexidade da filosofia oriental para a mente ocidental é um dom raro, e seus ensinamentos se tornaram a base do meu próprio entendimento sobre o mundo, a vida e a nossa existência. É com profunda admiração que compartilho dez de suas frases, que, em sua simplicidade, revelam um nível extraordinário de visão e compreensão da realidade. Elas não são apenas citações, mas convites para uma profunda reflexão. 1 - "O que nós odiamos mais, são muitas vezes também o que nós amamos mais..." Um paradoxo que nos convida a examinar a dualidade de nossas emoções. 2 - "Você sofre porque – por algum motivo - você deseja isso..." Uma afirmação radical que nos força a confrontar o nosso apego ao sofrimento. 3 - "O sentido da vida é estar vivo. É ...

A leveza de silenciar o desejo...

Sábado, 26 de março de 2022  Há um ponto em nossa jornada onde o barulho cede lugar à clareza. Para mim, essa revelação veio aos poucos, com a dolorosa constatação de que a paz, que eu tanto buscava no mundo exterior, estava muito longe de mim por causa do tumulto da minha própria mente. Era um incessante ruído de pensamentos, buscas e anseios que me afastavam da serenidade que eu tanto almejava. Nesse processo de autoanálise, percebi a ironia da minha busca. Ela era desesperada, mas completamente desprovida de compreensão. Era movida por um emaranhado de desejos que, ao invés de me preencherem, me aprisionavam. Não havia amor ou gentileza nessa ânsia incessante por "mais". Pensar, buscar e desejar são, sem dúvida, parte da nossa condição humana. E querer evoluir, conquistar novas fases, é um impulso natural. A grande virada, no entanto, veio quando compreendi que a minha felicidade e a tão sonhada paz não estavam na realização desses anseios, mas em algo muito mais rad...

Navegando com o vento da vida...

Sexta-feira, 25 de março de 2022 A busca por uma vida plena me ensinou a desapegar das expectativas. Hoje, meu único desejo, livre da urgência de qualquer expectativa, é cultivar uma consciência clara: saber quem eu sou, o que estou fazendo e, acima de tudo, pensar com a minha própria cabeça. Em um mundo que nos empurra para a conformidade e a distração, manter essa clareza é a nossa maior revolução pessoal. A vida, com sua natureza imprevisível, continuará a nos apresentar fatos e situações. A minha nova postura diante deles é abraçar cada um, sem distinção e sem julgamentos. Eu aprendi que o sofrimento muitas vezes não está no evento em si, mas na nossa resistência a ele. A aceitação plena não é passividade, mas uma forma de sabedoria que nos permite fluir com as circunstâncias, em vez de lutar contra elas. E quanto aos meus desejos mais profundos? Eles agora moram em um lugar seguro: em meu coração. Não preciso mais ficar pensando neles constantemente, ou tentando forçar que a...

A sábia humildade da ignorância...

Quinta-feira, 24 de março de 2022 – 12 A frase "A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos" contém em si uma verdade profunda e, para muitos, inquietante. No entanto, vejo nessa afirmação não uma derrota, mas uma libertadora constatação. A sabedoria não está em acumular dados, mas em reconhecer a imensidão que ainda nos escapa. É um paradoxo fascinante: o conhecimento, em vez de nos inflar, deveria nos tornar mais humildes. Quanto mais eu me dedico a estudar e a aprender, mais consigo enxergar a vasta e infinita paisagem do conhecimento. E, ao vislumbrar essa imensidão, mais claramente percebo o quão pouco sei. Essa jornada nos afasta da arrogância do "saber tudo" e nos aproxima da curiosidade do "sempre aprender". A mente que se fecha, acreditando ter chegado ao fim do caminho, estagna. A mente que se abre para o que desconhece, por outro lado, encontra um universo de possibilidades. A frase nos convida a uma reflexão sobre a próp...

A sábia dança com o inesperado...

Quarta-feira, 23 de março de 2022 – 22 Se há algo que ainda consegue abalar as estruturas da minha paz, é o inesperado. E, com o tempo, compreendi a raiz dessa perturbação. Como a maioria dos seres humanos, meu instinto me leva a desejar o previsível. Anseio por situações já conhecidas, por caminhos que não me exijam esforço mental, que me mantenham seguro dentro da minha tão confortável, e ilusória, zona de conforto. Mas a Natureza, com sua sabedoria implacável, nos oferece uma lição inegável: tudo está em constante mutação. A estagnação é uma ilusão que a vida não tolera. Assim como o sangue coagula e cessa a sua função vital quando para, eu não posso me dar ao luxo de estagnar a minha experiência de vida. Percebi o quão ingênua era a minha própria espiritualidade. Até mesmo em minhas orações, inconscientemente, eu pedia a Deus por caminhos serenos e tranquilos, por condições que, na essência, vão contra a própria dinâmica da existência. A vida não se move em linha reta; ela é ...

Boca fechada...

Hoje, pude presenciar por mais uma vez, a importância do silêncio, uma das maiores dádivas de um verdadeiro sábio. Quem fala muito, se expõe demais... quem se expõe demais comete muitos erros. Tudo isso sem mencionar a questão sobre “falar dos outros”, um dos maiores venenos que infelizmente o ser humano nutre em sua vida. Vejo que preciso ter mais cuidado nesse sentido, pois constantemente sou induzido a falar muito mais do que deveria. m. trozidio conheça meus livros

Ataraxia: a sublime arte de viver em paz...

Segunda-feira, 21 de março de 2022 A Sublime Arte da Paz Interior Há certas palavras na filosofia que carregam em si um peso e uma promessa. Uma delas, para mim, é ataraxia. Mais do que um simples termo, ela descreve um estado de ser, um porto de chegada para a alma que busca a felicidade. A ataraxia não é a ausência de vida, mas a sua plena manifestação em um estado de imperturbabilidade. É o resultado de um equilíbrio e de uma moderação cuidadosa, onde os prazeres, tanto os sensíveis quanto os espirituais, são escolhidos com sabedoria, sem excessos que perturbem a paz interior. Na agitação do mundo moderno, somos constantemente bombardeados por estímulos, desejos e distrações que nos tiram do nosso centro. A mente e o coração, sem um leme, são arrastados de um lado para o outro. Mas a ataraxia nos oferece um refúgio: a possibilidade de encontrar um estado de serenidade tão profundo que nem as tempestades externas conseguem abalar. No fundo, acredito que este seja, de fato, ...

Investindo no lugar certo...

Domingo, 20 de março de 2022 A Sutil Tragédia do Vazio Interior Observando o mundo ao meu redor, fui, aos poucos, destrinchando uma das grandes ironias da nossa era e, talvez, uma das principais causas da infelicidade que nos assombra. Por onde quer que eu olhe, a maioria das pessoas parece dedicar quase todo o seu investimento de tempo, energia e recursos ao corpo físico. A aparência, a forma, a busca por uma perfeição externa ditada por padrões que mudam a cada estação. E o que dizer daquela nossa parte mais sutil, invisível aos olhos, mas que se revela em nossa essência? A nossa parte espiritual. Ela não é vista com a clareza da visão, mas é sentida profundamente no coração, e é através dela que conseguimos vislumbrar a verdadeira beleza de uma pessoa. A preocupação com a imagem física é uma constante, e o investimento é tão obsessivo que, muitas vezes, não sobra tempo para a essência primordial. O resultado desse desequilíbrio, tristemente, é previsível e já se manifesta em...

Ser feliz com menos...

A Sábia Leveza de Ser Feliz com Menos O estudo da filosofia, por vezes, não nos ensina algo completamente novo, mas nos dá as palavras e o enquadramento para entender o que já sentimos. Com o estoicismo, tive essa revelação. A felicidade, ao contrário do que a sociedade e a minha própria mente me ensinaram por tanto tempo, não está na realização dos meus desejos. A verdadeira paz está na capacidade de me tornar maior do que a necessidade deles. Essa é uma distinção crucial. Por anos, acreditei que o meu sucesso e a minha felicidade seriam medidos pela lista de desejos realizados. No entanto, essa busca incessante sempre me levava a uma estrada sem fim. A natureza humana tem um traço notório e, por vezes, insano: quanto mais temos, mais queremos. É um ciclo vicioso, onde cada conquista apenas abre a porta para um novo e mais intenso desejo, aprisionando-nos em uma busca interminável. É neste ponto que a filosofia estoica se torna uma verdadeira bússola. Ela nos mostra que a verdad...

A sábia virada para o interior...

Há certas lições na vida que só aprendemos com a maturidade, depois de longas e, muitas vezes, dolorosas tentativas. Para mim, a grande revelação foi entender que a felicidade, a verdadeira paz e o bem-estar genuíno, não residiam fora de mim, mas exigiam um investimento profundo na minha condição íntima. Por anos, meu foco estava completamente voltado para o exterior. A energia da minha vida era consumida pela busca incessante por conquistas, pela comparação com os outros, pela tentativa de me moldar a um ideal que não era meu. Era uma corrida contínua e exaustiva, na qual a linha de chegada sempre se movia. O ponto de virada veio quando, por exaustão ou sabedoria, comecei a fazer o caminho inverso. Aos poucos, direcionei minha atenção para o meu ser interior. Em vez de buscar o que faltava, comecei a cultivar o que já existia dentro de mim. Essa dedicação à minha essência, ao meu "eu" mais profundo, me conduziu a uma paz e a uma harmonia que eu sequer sabia que eram poss...

Filosofia como medicina da alma...

A Filosofia como Medicina da Alma em Qualquer Idade A sabedoria, assim como a vida, não tem prazo de validade. É o que nos lembra a voz atemporal de Epicuro, o pensador grego do período helenístico. Sua frase ressoa através dos séculos com uma simplicidade e uma profundidade tocantes: "Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito." Neste aforismo, Epicuro não está falando de uma disciplina acadêmica restrita aos intelectuais. Ele nos convida a ver a filosofia como uma prática, uma verdadeira medicina da alma. É um convite para refletir sobre o que realmente importa, para buscar a tranquilidade, a amizade e a alegria, independentemente da nossa idade ou das circunstâncias. Quando somos jovens, a filosofia nos oferece um guia, um mapa para navegarmos pelas incertezas e paixões da vida. Ela nos ensina a questionar, a discer...

Aconteça o que acontecer...

A Sábia Dança entre o Controle e a Serenidade Há uma lição fundamental que a vida insiste em nos ensinar, e que a sabedoria estoica nos apresenta como um pilar da paz interior: a de que eu não controlo aquilo que acontece à minha volta. Esta não é uma constatação de impotência, mas de discernimento. A tentativa de moldar o mundo à nossa vontade é uma batalha perdida, uma fonte de frustração e ansiedade que nos aprisiona em um ciclo de desejos não realizados. Se não posso controlar o fluxo dos acontecimentos, percebi que é inútil desejar que eles se desenrolem exatamente como eu planejei. A vida é um rio, e tentar forçá-lo a fluir para o meu lado é um esforço exaustivo. A libertação verdadeira vem com a aceitação de que o mundo tem sua própria ordem, e que a minha paz não pode depender da sua perfeição. No entanto, a grande descoberta não é simplesmente aceitar, mas sim aprender a navegar. A verdadeira maestria não está em deter o curso dos eventos, mas em manter a serenidade no m...

O tesouro do suficiente: a lição que a vida cobra caro para ensinar ...

13 de agosto de 2023 A vida frequentemente nos submete a jornadas tortuosas apenas para nos revelar verdades que são, em sua essência, dolorosamente simples. Olhar para trás e questionar: "Meu Deus, quanto sofrimento precisei atravessar para finalmente compreender o óbvio?" é um sentimento universal. A sabedoria não é, portanto, algo que se adquire por leitura, mas algo que se conquista com o peso da vivência. É o amadurecimento que nos permite absorver as vozes atemporais da filosofia. Entendemos que a verdadeira riqueza não é uma condição de ter , mas um estado de ser . A sabedoria ensina que a felicidade reside em alegrar-se com aquilo que se tem. De forma complementar, a riqueza não é a soma das nossas posses, mas a subtração das nossas necessidades. Esta não é uma lição sobre a pobreza, mas sobre a liberdade radical. O desejo incessante é o maior grilhão que nos prende, tornando-nos eternamente insatisfeitos. A sabedoria do suficiente nos liberta dessa escravidão, permit...

A felicidade está exatamente na liberdade...

A Fuga do Fogo Fátuo: Uma Jornada Estoica para a Liberdade Houve um tempo em que as palavras pareciam estranhas, quase um paradoxo. Ler que os estoicos defendiam uma felicidade desvinculada da posse de bens e da busca por prazeres instantâneos soava, para mim, como uma recusa à própria vida. Naquele momento, meu instinto me dizia para rejeitar essa ideia. A felicidade, afinal, não estava nas conquistas, nos objetos de desejo e nas experiências? Mas a vida, com sua sabedoria implacável, nos ensina mais do que qualquer teoria. Após anos correndo atrás do que percebi ser um fogo fátuo, um brilho ilusório e passageiro que nunca se materializava, comecei a sentir o peso da minha própria busca.  Cada novo desejo, uma nova obsessão. Cada nova posse, uma efêmera satisfação que logo se desvanecia, deixando para trás um vazio maior. A busca incessante não me levava à liberdade, mas a uma prisão silenciosa, uma escravidão ao sofrimento que se renovava a cada novo "quero". Aos pouc...

Conflitos...

Hoje eu consigo entender e aceitar que não importa o que esteja acontecendo ao meu redor, eu não sou capaz de controlar tudo. Assim, fazer o meu melhor, fazer tudo aquilo que estiver ao meu alcance e que depende de mim, é sem dúvida a postura mais correta. Quanto ao restante, já que foge do meu controle, cabe a mim aceitar, aceitar mesmo – na maioria das vezes – sem o devido entendimento... m. trozidio conheça meus livros

A solução oculta no problema...

Demorou, mas finalmente compreendi: todo problema — ou aquilo que julgamos como tal — carrega em si a própria solução. O grande desafio, na maioria das vezes, é que, envolvido emocionalmente, eu me torno incapaz de enxergar essa solução. A perturbação nos impede de ver com clareza. Se quase todos os problemas têm uma solução, por que sofrer com eles? E para aqueles que não têm solução, a preocupação é ainda mais inútil. Em resumo, de uma forma ou de outra, é insano sofrer por algo. O melhor a fazer é, simplesmente, seguir o fluxo da vida e viver a beleza de cada surpresa que o caminho nos oferece.   A Futilidade da Preocupação Foi uma longa jornada, mas o entendimento finalmente chegou: todo problema, por mais complexo que pareça, já contém sua própria solução. O que nos impede de enxergá-la é o nosso próprio estado de espírito. Envolvidos pelas emoções, perdemos a perspectiva e a clareza necessárias para ver a saída. Diante disso, a lógica se impõe: se um problema ...

A mente em mudança...

Por muito tempo, me peguei culpando a Providência pelos percalços que insistiam em me acompanhar. Eu tentava me livrar deles, mas eles pareciam sempre voltar. Cansado de "apanhar da vida", resolvi mudar a minha perspectiva. Comecei a me questionar se o problema não estaria em mim. Foi quando a consciência se abriu. Comecei a ver que tudo aquilo que me acontecia tinha uma razão de ser. O que eu considerava como "má sorte" era, na verdade, um convite para o autoconhecimento. A partir desse momento, a minha vida começou a mudar. Minhas atitudes, antes reativas, se tornaram reflexivas. A vida não era mais uma batalha, mas um caminho para o aprendizado.   De Vítima a Protagonista Em um certo momento da minha vida, eu me via como uma vítima da Providência, culpando-a por todos os percalços que me assombravam. Eu lutava, tentava me livrar das dificuldades, mas elas pareciam me seguir, não importava o que eu fizesse. Foi no cansaço da batalha que eu resolvi pa...

As três fases da culpa...

Com o tempo, percebi que a forma como lidamos com a culpa é um reflexo do nosso amadurecimento. Uma pessoa imatural sempre busca a culpa fora de si. Ela atribui todos os problemas e infortúnios aos outros. "A culpa é do meu chefe, da minha família, da sociedade..." Já uma pessoa que começou a amadurecer inverte a lógica. Ela assume a culpa por tudo que acontece, responsabilizando a si mesma. "A culpa é minha, eu deveria ter feito diferente, eu errei..." Mas, diante da consciência plena, a pessoa verdadeiramente madura entende que a culpa não é de ninguém, nem dos outros, nem de si mesma. Ela percebe que tudo o que acontece são circunstâncias que, de alguma forma, ela precisava viver para aprender e evoluir.   O Caminho para a Maturidade A jornada rumo à maturidade pode ser vista através da nossa relação com a culpa. Inicialmente, na imaturidade, a culpa é sempre projetada nos outros. O mundo externo é o culpado por nossos fracassos e dores. Depois, a...

A colheita da consciência...

O progresso moral e o desenvolvimento da nossa consciência não são um privilégio de poucos ou uma simples questão de sorte. São uma conquista, resultado de um trabalho e uma dedicação diários sobre nós mesmos. Devemos nos lembrar sempre de uma verdade essencial: tudo o que damos ao nosso corpo é metabolizado e, com o tempo, eliminado. Os prazeres físicos são passageiros. Mas aquilo que damos à nossa alma, o que nutre nosso ser interior, permanece para sempre. A verdadeira riqueza é a sabedoria que acumulamos e a evolução da nossa consciência.   A Verdadeira Herança O progresso moral e a evolução da nossa consciência não são privilégios, nem obra do acaso. São a colheita de um trabalho diário, de uma dedicação incessante a nós mesmos. É importante que nos lembremos de uma lição fundamental: tudo o que nutre o nosso corpo é transitório. É metabolizado, consumido e, por fim, eliminado. Em contraste, o que dedicamos à nossa alma, ao nosso espírito, tem um destino diferent...

O determinado e o teimoso...

A Diferença Entre Determinação e Teimosia Enquanto fazia o Caminho de Santiago de Compostela, uma dúvida me acompanhava: como saber quando eu estava sendo determinado e quando eu estava sendo apenas teimoso? Aos poucos, no vigésimo segundo dia de caminhada, comecei a perceber a distinção. O determinado é aquele que busca oportunidades na vida, que nunca desiste de seus objetivos, mas que tem o coração aberto para mudar sua postura e se adaptar a cada situação. Ele sabe que a flexibilidade é a chave para alcançar o que deseja. Já o teimoso não aceita nada que não seja de sua conveniência. Ele luta contra tudo e todos, recusando-se a enxergar qualquer ponto de vista que não seja o seu. O teimoso não é flexível, e quer que o objetivo seja alcançado exatamente do seu jeito, sem aceitar outras condições. No fim, descobri que há momentos em que sou determinado, mas em outros, sou teimoso. Essa consciência me ajudou a rever minhas atitudes e a me tornar uma pessoa melhor.   ...

A tendência à negatividade...

A Tirania do 1% A tendência à negatividade é uma regra que, infelizmente, eu também sigo. Tenho consciência de que 99% da minha vida é composta de coisas boas, mas aquele 1% de algo negativo é capaz de me desestabilizar por completo, lançando-me em um estado de ansiedade e irritabilidade. Mas, por que isso acontece? Parece que nos acostumamos com o que é bom, e assim, perdemos a capacidade de ver seu verdadeiro valor. O negativo, por outro lado, nos incomoda e repudiamos. Por mais insignificante que seja, o desconforto que ele causa é infinitamente maior. Felizmente, essa nova consciência me permite começar a lidar melhor com essa realidade.   A Força do Negativo A tendência em potencializar o que é negativo é uma característica humana, e eu não fujo a essa regra. Tenho 99% de coisas boas na minha vida, mas aquele 1% negativo tem o poder de me desestabilizar completamente, jogando-me em um estado de ansiedade e irritação. Acredito que nos acostumamos com o que é...

Onde quer que eu vá, levarei a mim mesmo...

Às vezes, eu me esqueço de uma verdade fundamental: os meus pensamentos e sentimentos não dependem de onde estou, com quem estou ou o que estou fazendo. Quando me perco dessa verdade, começo a pensar que a solução para meus problemas é mudar de lugar, de emprego, de cidade, ou até mesmo de país. É nesse momento que me lembro de algo crucial: para onde quer que eu vá, levarei a mim mesmo, e junto, todos os conflitos que tenho dentro de mim. A paz não é um destino, mas um estado de espírito. O bem-estar que tanto busco pode ser encontrado em qualquer lugar, desde que eu esteja em paz comigo mesmo.   A Jornada Interior Na agitação da vida, a gente se esquece de que nossa paz interior não está atrelada a fatores externos. Nossos sentimentos não são definidos pelo lugar em que estamos, as pessoas com quem convivemos ou o que fazemos. Quando essa verdade escapa, a resposta mais fácil parece ser a mudança: de emprego, de cidade, de país. É nesse ponto que me detenho e lemb...

Com o coração triste...

Eu não consigo assistir tudo isso que o mundo está vivendo, principalmente com a invasão da Ucrânia, sem me deixar afetar. Durante toda a minha vida, eu sempre ouvi e desejei acreditar que “tudo em nossas vidas tem uma razão, um motivo de ser”. Porém, sinceramente, por mais que eu ainda procure, não consigo encontrar um motivo “racional” que possa justificar a morte brutal de centenas de milhares de pessoas, principalmente de crianças. Em um momento triste como esse, em que a amargura toma conta de todo o meu ser, eu gostaria muito de saber como Deus está vendo tudo isso? m. trozidio