A busca pela felicidade que gera infelicidade ...

 

Quinta-feira, 02 de outubro de 2025

É uma armadilha sutil, quase cruel, que a mente moderna nos prega. Somos incansavelmente incentivados a desejar mais, a buscar o "melhor", a nos fixar no que é superior, no futuro glorioso. Mas, ironicamente, essa fixação incessante no positivo, no idealizado, não nos impulsiona para a frente; ela apenas nos prende ao passado e ao presente de uma forma muito dolorosa.

A Tirania do "Deveria Ser"

O desejo obsessivo de ser mais, ter mais, ou ser "melhor" que o vizinho, termina, no fundo, como um incessante e cruel lembrete de nossa falta. É um espelho que, em vez de refletir o que somos, projeta a imagem do que não somos, do que nos escapou, e do que já "deveríamos ter conquistado", mas ainda não conseguimos.

É a tirania do "deveria ser". E essa tirania alimenta o ciclo da insatisfação.

Pense bem: nenhuma pessoa realmente feliz sente necessidade de ficar se afirmando que é feliz para si mesma no espelho. Ela não precisa de mantras diários sobre a própria felicidade. Ela simplesmente é. A felicidade genuína não é uma performance que precisa ser ensaiada ou anunciada; é um estado de ser, quieto e suficiente.

Se você passa o tempo todo sonhando em ser uma pessoa mais rica, mais magra, mais bem-sucedida ou mais ..., você está inconscientemente reforçando a mesma realidade que tenta desesperadamente fugir: você não é aquilo. Sua obsessão é o maior testemunho da sua carência. O desejo de se tornar Y apenas sublinha que você é X, e isso não é suficiente.

A Libertação de se Importar Menos

O segredo para uma vida mais plena e mais calma raramente é adicionar mais um item à lista de "coisas que preciso ter" ou "coisas que preciso ser". Pelo contrário, a chave reside em uma profunda e revolucionária subtração.

O verdadeiro ato de libertação não é precisar de mais coisas; é se importar com menos.

Precisamos desviar nossa energia mental dos milhares de "deverias ..." e "e se ..." que a cultura do desejo nos impõe. O foco deve migrar para o que é verdadeiro, imediato e importante.

O que é verdadeiro? O chão sob seus pés, a respiração em seus pulmões, o problema que você pode resolver agora.

O que é importante? Seus valores fundamentais, seus relacionamentos mais íntimos, sua saúde. Não a próxima conquista na rede social ou o elogio do estranho.

Ao parar de lutar para ser o ideal e começar a ser o que se é – focando no pequeno círculo de coisas que realmente estão sob seu controle e que merecem sua atenção –, o paradoxo se desfaz. A infelicidade causada pela busca obsessiva pelo ideal feliz dá lugar a uma quietude surpreendente.

O que se busca com tanto fervor no futuro, talvez, só possa ser encontrado ao se permitir ser menos obcecado com o que falta e mais presente com o que já existe. É na aceitação despretensiosa do agora que a verdadeira suficiência se instala.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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