A ansiedade: onde a consciência é o nosso escudo ...
Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Vivemos na Era
do Excesso. Excesso de informação, excesso de conectividade e, paradoxalmente,
excesso de isolamento. Se há um mal-estar que define o nosso tempo, ele é a ansiedade,
essa sombra que parece se alongar à medida que a luz dos nossos smartphones
se intensifica.
Observamos um
número crescente de pessoas sendo arrastadas para um estado crítico, uma
corrida mental incessante. Mas, o que alimenta esse monstro contemporâneo?
A Tirania do
precisar "Ser o Melhor"
Um dos
combustíveis mais potentes para a ansiedade é a cultura da performance
incessante. As redes sociais, com suas vitrines de vidas “perfeitas”,
transformaram-se em um tribunal silencioso onde somos constantemente julgados
pela nossa produtividade, felicidade e sucesso. Somos levados a crer que
devemos ser:
O profissional mais bem-sucedido.
O pai/mãe mais dedicado(a).
O corpo mais escultural.
O viajante mais experiente.
Essa pressão
não é apenas externa; ela é internalizada, criando um ideal inatingível que nos
força a viver em um estado perpétuo de insuficiência. A ansiedade é, muitas
vezes, o ruído ensurdecedor do nosso eu tentando desesperadamente ser a imagem
que projetamos para o mundo, em vez de ser quem realmente somos.
O Antídoto
Silencioso: A Força da Consciência
Diante dessa
maré crescente de exigências e distrações, qual é o nosso refúgio? Onde
encontramos a âncora para não sermos levados pela correnteza?
O melhor
antídoto para o mal da ansiedade é, e sempre será, a Consciência.
A consciência
não é apenas pensar; é perceber. É um ato de introspecção que nos permite sair
do piloto automático e olhar com clareza para o que nos cerca e, crucialmente,
para o que acontece dentro de nós.
1 – Consciência
do Meio: Significa reconhecer as influências externas pelo que elas são. É a
clareza para discernir que o feed da rede social é uma curadoria, não a
realidade. É entender que a sociedade de consumo deseja que você se
sinta incompleto para que você consuma mais. Ao nos tornarmos conscientes
desses mecanismos, eles perdem o poder de nos arrastar.
2 – Consciência
do Eu: É o ato de acolher nossos limites. É a coragem de dizer "não"
a mais uma demanda e dizer "sim" à necessidade de descanso. É
perceber o turbilhão interno e nomeá-lo: "Isto é ansiedade, e eu não sou a
minha ansiedade".
A consciência
nos desarma da ilusão de que precisamos controlar o incontrolável. Ela nos
convida a aterrar no presente, o único momento que realmente possuímos.
O Caminho
Filo-sófico
Filosofar é,
em sua essência, um exercício de consciência. É questionar o caminho que nos é
imposto.
Para combater
a ansiedade, precisamos resgatar a importância de parar. Parar para refletir
sobre o que realmente valorizamos (nossos valores genuínos) e o que estamos
apenas perseguindo por medo de ficar para trás (os valores impostos).
A consciência
é o nosso escudo e o nosso mapa. Ela nos protege das exigências tóxicas do
mundo e nos guia de volta para a tranquilidade de sermos, simplesmente, suficientes.
E você? Qual
é o primeiro passo que você dará hoje para resgatar a sua consciência e
enfrentar a ansiedade?
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
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