​O vazio da busca: você já é tudo o que deseja ...


"Aquele que busca não é quem você é. Quem você é, nunca buscou, porque já é e sempre foi."

​Essa frase de Rumi, um dos maiores poetas e místicos persas, atinge o cerne de uma das maiores ilusões da experiência humana: a busca incessante. Paramos para pensar na profundidade e na audácia dessa afirmação?

​Vivemos condicionados a acreditar que a felicidade, o sucesso, a plenitude, ou até mesmo o "eu melhorado", são tesouros escondidos em algum lugar distante. Eles estariam no próximo diploma, na próxima conquista material, no próximo relacionamento, ou na versão mais "evoluída" de nós mesmos que ainda não alcançamos. Submetemo-nos a uma insanidade diária onde corremos atrás de algo que, se a tese de Rumi estiver correta, já possuímos.

​O engano da busca externa

​A busca por "ser melhor" ou "conquistar aquilo" pressupõe, fundamentalmente, uma ausência. Ela implica que você, agora, neste momento, é incompleto, deficiente, ou que falta algo essencial para a sua existência. E é exatamente aqui que reside o grande engano.

​O que acontece se dermos um basta nessa corrida? Se ousarmos inverter o olhar, tirando-o do horizonte para onde projetamos o nosso "futuro eu" e o trazermos de volta para o "eu presente"?

​A verdade, muitas vezes ofuscada, é que a essência de quem você é — a sua capacidade de amar, de criar, de sentir profunda paz, de ser pleno — nunca esteve perdida. Ela está e sempre esteve aqui. Você é, inerentemente, completo.

​A influência do esquecimento

​Se já somos tudo o que buscamos, por que, então, essa busca parece tão real e dolorosa?

​A resposta reside na poderosa e sedutora influência do meio. Desde o nascimento, somos bombardeados por narrativas de escassez e comparação. A cultura nos ensina que o valor está no "ter" e no "parecer", e não no "ser". Essa pressão constante, essa régua de comparação social, funciona como um véu espesso que nos faz esquecer nossa integridade e plenitude inatas.

​É um esquecimento coletivo que nos limita. Passamos a ver o mundo não como ele é (um lugar de potencial infinito), mas sim através das lentes do medo, da competição e da carência. A busca por fora é apenas o sintoma desse esquecimento interior.

​O despertar da consciência

​A mensagem de Rumi é, portanto, um convite radical para o despertar. Não se trata de parar de agir no mundo, mas de mudar a motivação da ação.

​Quando você compreende que já é (já é inteiro, já é valoroso, já é o que busca), a necessidade desesperada de conquistar desaparece. O esforço se transforma em expressão. Você não age para obter valor, você age para manifestar o valor que já possui.

​A verdadeira jornada não é a de ir em busca de algo, mas a de remover as camadas de crenças limitantes que nos fazem esquecer quem somos. É o processo de desaprender as limitações impostas pelo mundo.

​Pare por um instante. Respire. Aquele que você é está aqui. Sempre esteve. Ele não precisa de nenhuma conquista futura para ser validado. Ele é e sempre será.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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