A inutilidade da preocupação ...

 


Quarta-feira, 10 de setembro de 2025 

A preocupação é como uma cadeira de balanço: ela te dá algo para fazer, mas não te leva a lugar nenhum. Essa frase, atribuída a diversos pensadores, encapsula a essência da nossa reflexão de hoje.

Nascemos e crescemos em um mundo que nos ensina a planejar e a prever, mas, no meio desse processo, a preocupação se infiltra, transformando a prudência em um ciclo vicioso de ansiedade.

Diante de um problema, a reação imediata é sentir uma pontada de preocupação. É natural. O desafio, contudo, é ir além dessa reação instintiva e submetê-la a uma análise rigorosa. Filosoficamente, a preocupação se revela inútil por uma simples razão: ela opera em um tempo que não existe, o futuro, sobre fatos que não ocorreram.

A maior parte daquilo que chamamos de "problema" não passa de um fato que, por algum motivo, não aprovamos ou não desejamos. Pense bem: uma chuva inesperada, o pneu furado do carro, um prazo apertado no trabalho.

Essas não são tragédias; são eventos. O que nos aflige não é o evento em si, mas a nossa resistência a ele. Ao invés de aceitar o fato e buscar uma solução prática, nos enredamos em um labirinto mental de "e se...", desperdiçando energia valiosa que poderia ser usada para agir.

A preocupação é um falso senso de controle. Ela nos faz sentir que, ao remoer um cenário negativo, estamos nos preparando para ele, quando na verdade estamos apenas sofrendo duas vezes: primeiro na imaginação e, se o pior de fato acontecer, na realidade. A solução não está em ignorar os desafios, mas em separá-los da preocupação.

 

Do "Problema" à Ação Consciente

A filosofia nos convida a cultivar a serenidade. Isso não significa passividade, mas sim uma clareza mental que nos permite diferenciar o que está sob nosso controle do que não está.

Epicteto, um dos grandes mestres do estoicismo, já dizia:

“Algumas coisas estão sob o nosso controle e outras não. Estão sob o nosso controle: o nosso julgamento, a nossa opinião, o nosso desejo, a nossa aversão; em suma, tudo o que é de nossa própria ação. Não estão sob o nosso controle: o corpo, a riqueza, a reputação, os cargos; em suma, tudo o que não é de nossa própria ação.”

A preocupação vive no campo do que não podemos controlar. A ação, por outro lado, reside no campo do que podemos.

Da próxima vez que a preocupação bater à porta, pergunte-se:

"Isso é um problema ou um fato?"

Se for um fato, a aceitação é o primeiro passo. Em seguida, troque a preocupação pela ação consciente. Em vez de se balançar na cadeira da ansiedade, levante-se e caminhe em direção a uma solução prática.

A felicidade não está na ausência de problemas, mas na sabedoria de não se deixar consumir pela sua antecipação. A preocupação é um fardo que escolhemos carregar. A liberdade está em decidir soltá-lo.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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