A inutilidade da preocupação ...
A preocupação é como uma cadeira de balanço: ela te dá algo para fazer, mas não te leva a lugar nenhum. Essa frase, atribuída a diversos pensadores, encapsula a essência da nossa reflexão de hoje.
Nascemos
e crescemos em um mundo que nos ensina a planejar e a prever, mas, no meio
desse processo, a preocupação se infiltra, transformando a prudência em um
ciclo vicioso de ansiedade.
Diante de
um problema, a reação imediata é sentir uma pontada de preocupação. É natural.
O desafio, contudo, é ir além dessa reação instintiva e submetê-la a uma
análise rigorosa. Filosoficamente, a preocupação se revela inútil por uma
simples razão: ela opera em um tempo que não existe, o futuro, sobre fatos que
não ocorreram.
A maior
parte daquilo que chamamos de "problema" não passa de um fato que,
por algum motivo, não aprovamos ou não desejamos. Pense bem: uma chuva
inesperada, o pneu furado do carro, um prazo apertado no trabalho.
Essas não
são tragédias; são eventos. O que nos aflige não é o evento em si, mas a nossa resistência
a ele. Ao invés de aceitar o fato e buscar uma solução prática, nos enredamos
em um labirinto mental de "e se...", desperdiçando energia valiosa
que poderia ser usada para agir.
A
preocupação é um falso senso de controle. Ela nos faz sentir que, ao remoer um
cenário negativo, estamos nos preparando para ele, quando na verdade estamos
apenas sofrendo duas vezes: primeiro na imaginação e, se o pior de fato
acontecer, na realidade. A solução não está em ignorar os desafios, mas em
separá-los da preocupação.
Do
"Problema" à Ação Consciente
A
filosofia nos convida a cultivar a serenidade. Isso não significa passividade,
mas sim uma clareza mental que nos permite diferenciar o que está sob nosso
controle do que não está.
Epicteto,
um dos grandes mestres do estoicismo, já dizia:
“Algumas
coisas estão sob o nosso controle e outras não. Estão sob o nosso controle: o
nosso julgamento, a nossa opinião, o nosso desejo, a nossa aversão; em suma,
tudo o que é de nossa própria ação. Não estão sob o nosso controle: o corpo, a
riqueza, a reputação, os cargos; em suma, tudo o que não é de nossa própria
ação.”
A
preocupação vive no campo do que não podemos controlar. A ação, por outro lado,
reside no campo do que podemos.
Da
próxima vez que a preocupação bater à porta, pergunte-se:
"Isso
é um problema ou um fato?"
Se for um
fato, a aceitação é o primeiro passo. Em seguida, troque a preocupação pela ação
consciente. Em vez de se balançar na cadeira da ansiedade, levante-se e caminhe
em direção a uma solução prática.
A
felicidade não está na ausência de problemas, mas na sabedoria de não se deixar
consumir pela sua antecipação. A preocupação é um fardo que escolhemos
carregar. A liberdade está em decidir soltá-lo.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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