A crítica como espelho: onde a opinião alheia realmente mora ...
Com o tempo, a maturidade filosófica
nos presenteia com uma das lições mais libertadoras: a imunidade à ofensa.
Aprendemos que a crítica e a opinião alheia raramente nos definem; elas, na
verdade, revelam a topografia interior de quem as profere.
A necessidade incessante de julgar
ou criticar o outro é, quase sempre, um mecanismo de projeção. O incômodo que
sentimos em relação a alguém é apenas o reflexo distorcido de uma sombra ou
frustração que reside em nosso próprio inconsciente. O que é vocalizado sobre o
outro é, essencialmente, o que o crítico não consegue aceitar ou resolver em si
mesmo.
Ao internalizar essa verdade,
ganhamos uma armadura emocional. Não podemos mais nos ofender com o que não nos
pertence. A crítica se torna, então, uma informação neutra sobre o estado
mental do emissor, e não sobre o nosso valor.
Este discernimento, no entanto, deve
ser aplicado com rigorosa honestidade. A regra do espelho também se volta para
dentro: quando a impulsividade nos leva a falar mal de alguém, é o momento de
pausar e investigar. Qual falha, qual medo ou qual insatisfação estou
projetando?
Reconhecer que toda crítica,
recebida ou emitida, é primariamente uma conversa interna, é o caminho para a
autonomia. É a chave para a paz que nos liberta da necessidade de nos defender
e nos convida à autocrítica construtiva.
"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem
pode estar precisando."
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