O vício da esperança: por que esperar demais nos rouba o agora ...
19 de junho de 2024
Após as inevitáveis colisões com a
realidade, a sabedoria começa a confrontar os dogmas sociais, especialmente o
mito da esperança incessante. Contrariando tudo o que nos ensinaram —
"Enquanto há vida, há esperança" —, percebi que a esperança desmedida
é, frequentemente, um subterfúgio nocivo.
A esperança passiva, por natureza,
gera expectativa. Ela nos sequestra do momento presente, remetendo-nos a um
futuro abstrato na crença de que ele será, por definição, melhor que o nosso agora.
Em essência, é a não aceitação da realidade atual. Funciona como um analgésico
mental, muito longe de ser o remédio da ação que pode curar a dor do presente.
A tradição sempre uniu vida e
esperança como elementos inseparáveis. Contudo, minha conclusão é paradoxal:
quanto maior se torna a esperança, mais inflada se torna a expectativa. E a
expectativa, quando não atendida, amplifica a dor da carência.
Essa dor crônica, alimentada pela
projeção de um futuro salvador, é a força que realmente nos paralisa e nos
afasta da concretização dos nossos objetivos. A liberdade reside não em esperar
a melhoria, mas em agir e aceitar o presente como o único campo fértil para a
verdadeira transformação.
"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem
pode estar precisando."
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