A armadilha do próximo desejo: por que a insatisfação é eterna? ...
06 de agosto de 2023
É notória e quase inescapável a
nossa insatisfação crônica com o que já possuímos. Essa incompletude
fundamental se manifesta na forma como nos lançamos, incessantemente, na busca
por novos objetos, status ou conquistas. Não se trata de condenar a ambição; é
natural e saudável desejar progredir.
O erro profundo se instala quando
elevamos esse ou aquele desejo à condição de única rota para a felicidade.
Transformamos a realização em uma linha de chegada que, ironicamente, está
sempre se movendo. Ao invés de uma pausa para a plenitude, a conquista vira um
marco de passagem.
É um ciclo doloroso: após muito
esforço e sofrimento, finalmente agarramos o que parecia ser a chave, apenas
para jogá-la em um canto qualquer e recomeçar a corrida com um novo alvo. A
alegria é efêmera, e o vazio se impõe.
Para romper essa espiral de carência,
a Gratidão não pode ser apenas um reconhecimento superficial do
"bom". Ela é o reconhecimento radical e inegociável da plenitude que
já existe – a soma de tudo de bom e de ruim que nos constitui. Se
conseguirmos mais, será um bônus bem-vindo. Mas, fundamentalmente, a felicidade
não espera a próxima meta. Ela reside no contentamento forjado a partir de tudo
o que já temos.
"Se essa mensagem tocou
você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m. trozidio
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