Trecho do meu livro “O Grande Palco”: a partida e a o caminho que fica ...
11 de dezembro de 2022
A voz dela, um eco final, ecoava em minha mente. O último toque em meu braço e o olhar de despedida foram a porta de entrada para uma visão que transcendia o real. Em vez de vê-la se afastar entre a multidão, vi-a caminhando por uma estrada de outono, com folhas avermelhadas, um caminho sereno e sóbrio, livre do tumulto do mundo. Ela seguiu em frente até que uma curva a engoliu para sempre, deixando para trás um quadro vivo, emoldurado na parede do meu coração.
A tristeza, sem pedir licença,
invadiu minhas defesas, hasteando suas bandeiras. Ela se foi. A estrada se foi.
Mas eu, preso àquela cena imutável, me vi levado por pensamentos que, como
fumaça, subiam em direção ao infinito da minha alma. Compreendi que a vida é
uma tapeçaria de chegadas e, sobretudo, de partidas.
Em meio à dor, uma verdade se fez
presente: eu tinha que seguir. O caminho que parecia não ter fim agora se
apresentava como uma jornada pessoal. A partida dela não era o ponto final, mas
um lembrete de que a vida continua, e que o que realmente importa não é o que
se perde, mas como se segue em frente.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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