A tirania do olhar alheio e a sombra do autojulgamento ...
16 de agosto de 2022
É uma ironia
cruel da condição humana: a maior parte do nosso sofrimento não vem de um mal
externo, mas sim de uma guerra silenciosa que travamos dentro de nós mesmos.
Observo com frequência como a ansiedade em relação à opinião alheia paralisa,
molda e até sufoca a autenticidade de tantos.
Parece que
vivemos sob a constante vigilância de um tribunal invisível, onde cada passo,
cada escolha e cada palavra são julgados. No entanto, por trás desse medo de
que os outros nos vejam de uma forma "negativa", se esconde uma
verdade mais incômoda e profunda: a voz mais severa não é a do outro, mas a que
ecoa em nossa própria mente.
O que tememos,
na realidade, não é o que o outro pensa. O que tememos é que o outro, através
de um olhar, de uma palavra ou de um silêncio, apenas confirme o que já
suspeitamos sobre nós mesmos. O julgamento que tanto nos assusta é o espelho do
auto-julgamento que secretamente carregamos.
Pense nisso: a
preocupação excessiva com a desaprovação de alguém é, muitas vezes, uma
projeção do nosso próprio sentimento de insuficiência. É o medo de que a nossa
sombra, aquela parte de nós que tentamos esconder até de nós mesmos, seja
revelada pela percepção alheia. O "eu" que temos receio que o mundo
veja é, na verdade, o "eu" que não conseguimos aceitar.
Libertar-se
dessa tirania do olhar alheio não é sobre "não se importar" com o que
os outros pensam. É sobre silenciar a voz interna que julga e condena, e
aceitar a própria humanidade com suas imperfeições. Quando a paz se instala
dentro de nós, o tribunal invisível se dissolve, e o olhar do outro se torna
apenas isso: um olhar, e não uma sentença.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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