Não lute...
Não lute contra: consuma a mudança através da mudança
Esta é uma
lição profunda: não lute contra os seus sentimentos. Por mais paradoxal que
pareça, "consuma a mudança através da mudança" significa que, mesmo
diante do apego, da miséria ou da frustração, a melhor atitude não é a luta,
mas a aceitação.
Pense no apego,
por exemplo. Em vez de lutar para se libertar dele, deixe-o existir. Permita-se
sentir o apego, mas também seja uma testemunha dele. Esse é o processo do
Tantra: a não-luta. Não resista. Se a frustração chegar, deixe-a vir. Não negue
sua presença, mas observe-a. Assim, através do próprio apego, o apego é
consumido, e a frustração é consumida pela própria frustração.
Abrace a
miséria
Experimente
isso quando a miséria bater à sua porta. Sinta-se miserável. Não lute, não
resista. Feche-se e permita-se ser completamente miserável. Apenas seja. Seja
miserável de corpo e alma. De repente, você se tornará consciente da sua
miséria de uma maneira diferente, porque toda a sua energia e consciência não
estarão mais focadas em como mudá-la, mas em como senti-la por inteiro.
Enquanto você
tenta mudar o sentimento, está perdendo uma experiência valiosa: a experiência
da própria miséria. Você se ocupa em analisar as causas, as consequências e os
métodos para esquecê-la, e assim, perde a chance de vivenciá-la plenamente. E,
ironicamente, a miséria pode ser libertadora. Apenas não faça nada. Não
analise, não pense em soluções. Elas virão, se tiverem que vir. Simplesmente
seja miserável. Não há pressa para mudar.
O centro
inabalável
Tente isso e
veja por quanto tempo você consegue permanecer miserável. Em algum momento,
você começará a rir da situação. A coisa toda parecerá estúpida, porque ao se
permitir ser miserável, o seu centro se eleva, ficando além da miséria.
Esse centro
nunca pode ser miserável, é impossível. Ao permitir a miséria se tornar um pano
de fundo, a sua essência, que nunca é miserável, emerge. Você então se torna
miserável e não miserável ao mesmo tempo: uma unidade de opostos. É assim que
você consome a miséria através da miséria. Sem fazer nada, você permite que ela
se dissolva, como as nuvens no céu, e o céu se abre. Você se sentirá
descarregado e em paz, sem ter movido um único músculo para isso.
Lembre-se:
qualquer esforço para mudar a miséria só criará mais confusão e sofrimento. A
miséria é sua própria criação, e a mesma mente que a gerou agora tenta
resolvê-la. Isso é um ciclo sem fim. O caminho é outro.
Você tentou
tantas vezes acabar com a miséria, com a depressão e com outros males, e nada
aconteceu. Agora, tente o oposto: não faça nada. Permita que a miséria aconteça
em sua totalidade, em sua intensidade máxima, e apenas permaneça na quietude do
não-fazer. Apenas esteja com ela e observe o que acontece.
O segredo do
não-fazer
A vida é
mudança. Mesmo o Himalaia está em constante transformação. Sua miséria não pode
permanecer estática. Ela vai mudar por conta própria. Você simplesmente vai
testemunhar essa mudança, sentindo-se mais leve e descarregado, sem ter feito
nada para isso.
Uma vez que
você descobre esse segredo, você pode consumir qualquer coisa em si mesma, mas
a chave é o silêncio, o "não-fazer". Se a raiva está presente, apenas
permita que ela exista. Não faça nada. Se você conseguir fazer essa parte — o simplesmente
estar presente, testemunhando, sem esforço para mudar nada, permitindo que as
coisas sigam seu próprio curso —, você consumirá qualquer sentimento.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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