O Pensamento Positivo e suas controvérsias...

Depois de um bom tempo sem publicar nada neste, posso dizer que estou caminhando por uma nova vertente, talvez não tão nova assim, mas que desta vez, com um nível de discernimento maior do que das outras. Estou me referindo ao “pensamento positivo”, ao “otimismo”, àquela crença de que nos foi incutida, onde sempre acreditamos que “no final, tudo vai dar certo”.

Hoje posso ver que não é bem assim. Se por acaso esse “otimismo”, todo esse “pensamento positivo” realmente funcionasse, pouquíssimas pessoas no mundo sofreriam decepções, acidentes, catástrofes, separações... ninguém sai de casa pela manhã, pensando que naquele dia sofrerá um acidente... ninguém começa um lindo relacionamento esperando pelo seu término com muito sofrimento. Pelo contrário, no início você é capaz de jurar que ficarão juntos para sempre... quer maior sinal de “otimismo” de “pensamento positivo” do que isso? No entanto, a maioria tem exatamente o oposto de toda aquela “positividade” inicial. O que posso então aprender com tudo isso?

Em primeiro lugar, fomos terrivelmente programados para pensar e agir dessa forma. E em segundo lugar, como nos mostram vários e vários estudos, sempre confiar que tudo “no final dará certo”, nos coloca inconscientemente em uma zona de conforto, onde não nos esforçamos muito para nos preparar, nos desenvolver para conseguir este ou aquele objetivo. Um desses estudo, realizados com estudantes que iriam prestar vestibular para universidades públicas, a esmagadora quantidade de “aprovados” foram – pasmem – àqueles que menos acreditavam que iriam conseguir, enquanto os mais confiantes, em sua grande maioria não conseguiram.

É fácil entender esses números, quando conseguimos deixar de pensar com a cabeça de todos aqueles que nos ensinaram essa positividade exagerada. Aqueles que tinham dúvidas se passariam ou não, certamente se dedicaram mais aos estudos do que aqueles que acreditavam que já estavam dentro... no esporte, vemos claramente a mesma coisa, principalmente nos esportes coletivos. O time que entra em campo com alguma vantagem, confiante de que “já ganhou”, quase sempre acaba perdendo. Então, para onde foi toda aquela energia positiva? E o otimismo que todos tinham, o que aconteceu com ele?

Fazendo uma retrospectiva da minha própria vida, eu também sempre fui fiel a essa crença, proferindo-a quando possível, até mesmo com a pura intenção de ajudar às pessoas a aliviar suas tensões. “Não se preocupe, no final tudo dá certo!”.

Bonito, não? Um claro sinal de otimismo, de fé e esperança em um futuro melhor. Agora, no entanto, depois de recapitular alguns dos meus maiores fracassos, posso e tenho que admitir que eu estava errado. Hoje, vejo claramente que devo sim esperar pelo melhor, mas em hipótese alguma devo ignorar a possibilidade de algo ou que tudo possa dar errado. A existência dessa condição de que “algo pode dar errado”, de certa forma, chega até mesmo a me deixar preparado para um “plano B”, coisa que com aquela “fé cega”, “absoluta” sequer eu admitiria essa possibilidade dentro da certeza absoluta de que eu iria conseguir, chego até mesmo a “baixar a guarda”, não prestar tonto atenção em meus passos, pois, o sucesso está plenamente garantido. E é exatamente aí que cometemos os erros, os deslizes que simplesmente colocam tudo a perder.

Pode não parecer, mas isso está mudando tudo em minha vida. Essa nova postura, termina alterando muitos conceitos básicos que até então direcionavam os meus passos, onde os resultados não eram satisfatórios...

m. trozidio

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