Você não está sozinho, outras forças também interagem
Um sonho de quase todo ser humano é sem dúvida mudar a
sua própria vida. De certa forma é fácil entender isso. Como característica de
sua natureza, o homem acredita que a felicidade está sempre naquilo que ele
ainda não possui. Não deixa, no entanto, de ser uma condição saudável, uma vez
que esse ímpeto nos arremete sempre a busca de novos horizontes. Porém, os
excessos, quando nos entregamos inteiramente nesse sentido, nos faz perder a
noção de tudo de bom que já possuímos, do que já conquistamos, fazendo-nos
infelizes.
Um outro exemplo de equivoco da humanidade, consiste
certamente em seu próprio julgamento relacionado ao conhecimento que possui.
Por vezes o homem se esquece que ele faz parte de uma natureza, de um processo
infinitamente maior que a sua própria consciência. Dessa forma, admitir que
sabemos muito pouco sobre nós mesmos, passa ser a essência fundamental para
todo esse processo.
Devido aos poderes que nos foram dados, passamos a
acreditar que podemos tudo, e mais, tudo ainda da forma como achamos que deve
ser. Um terrível engano. Sabemos que a capacidade do homem é quase que
infinita, mas como interagimos com todo um enorme processo que nos cerca,
entender esse detalhe tão importante, torna-se o fator decisivo para o tão
sonhado sucesso.
Fazendo uma excelente analogia com relação a todas as
forças que estamos submetidos, lembro-vos da arte de velejar. Nela, o navegar
pode e deve estabelecer um rumo, um objetivo final. Mas, ele sabe que, de
acordo com as condições do tempo, os caminhos a serem percorridos, não dependem
de sua vontade própria. O navegador em questão, mesmo sabendo onde deseja
chegar, não possui o controle dos ventos, que ora pode soprar do leste, ora do
oeste, do norte ou mesmo do sul.
Para poder ser bem sucedido, esse navegador tem que
ter a consciência de que ele – definitivamente – não possui o controle dessas
forças da natureza. Mas, ele precisa fazer uso delas todas, se deseja alcançar
seu objetivo final. Caso ele tente impor suas próprias regras nesse sentido –
como na maioria das vezes tentamos fazer em nossas vidas – o desastre, o
fracasso, se mostram muito mais eminentes.
Na maioria das vezes, não só desejamos determinado
objetivo, como também determinamos como deveremos chegar lá. Quando por culpa
de algum imprevisto nos desviamos desse rumo, mesmo que por muito pouco, nos
entregamos a estados depressivos, gerando com eles, sentimentos que tendem a
nos prejudicar – e muito – em relação ao desejo inicial.
Caso agíssemos como o navegador, que há quase todo
instante se vê obrigado a corrigir sua direção devido as constantes mudanças de
tempo, com a consciência de que só assim pode atingir seu destino, não
sofreríamos com as intempéries tão características no dia-a-dia.
Para o navegador, o mais importante é chegar aonde
determinou, não importando quantas vezes ele tenha ziguezaguear para isso. Mais
uma vez eu repito: ele tem real consciência que não pode controlar a direção, a
força do vento que o impulsiona. Em vez de tentar controlar a Mãe Natureza, ele
procura utilizar, da melhor forma possível, todo o seu indescritível poder.
Será que fazemos exatamente isso em relação a nossas vidas?
Lembre-se: Você
não está sozinho, outras forças também interagem.
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