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Estudando o Tao
Parte – XXXIV
continuando...

O Yin é associado ao negativo, feminino, lua, noite enquanto o Yang e está ligado aos opostos ou complementares harmônicos, positivo, masculino, sol, dia.

Dependendo do problema que estamos analisando, um ou outro lado, pode (e devem) receber nomes variados, desde que seja mantida a Harmonia do conjunto.

Muitas vezes, começa-se por nomear um dos elementos e a partir daí achar o seu oposto.

Vejamos um exemplo: se numa representação temos a razão, parece fazer sentido colocar do outro lado a não-razão ou, se preferirmos, a intuição.

A intuição por sua vez, parece ser muito mais passiva do que a razão - podemos então dizer que a razão é o lado Yang e a intuição o Yin.
Somente após a designação do Yin e Yang, estaremos em condições de ter uma visão geral da questão.

Algumas vezes, a seleção fica bem mais complicada, pois envolve elementos conceituais, como: se a "vida" é Yang, a "morte" será o Yin?

A morte é o oposto à vida?

Ou o par será nascimento/morte, ou quem sabe vida/transição, já que muitos não sabem ou não querem estabelecer o que vem depois da vida?

A profunda reflexão, a utilização da lógica e/ou da intuição, pode e normalmente acham o par correto, que sempre será aquele que dá a mais perfeita solução ao problema.
Pode-se tentar um e outro nome, nesta ou naquela posição (Yin/Yang), pois não há nada definitivo, senão o encontro de um par que forme uma unidade harmônica.

Quando essa escolha se torna extremamente difícil, uma das armas mais poderosas postas a disposição do analista, é o I-Ching, antigo oráculo chinês, conhecido por milhões de pessoas.

Vale dizer aqui, no entanto, que o I-Ching, pode ser utilizado como oráculo sem dúvida, mas a sua constituição básica envolve Filosofia, Teologia, Ética e Política. Em resumo, o I-Ching é constituído de 64 capítulos, cada um dos quais, estuda um hexagrama, desenho composto de dois conjuntos de 3 linhas chamadas trigramas, que são postos em Ordem ascendente.

Estas 6 linhas serão ou do tipo Yin, representado por uma linha dividida em 2, ou do tipo Yang, sólida.

A cada um dos 64 hexagramas, seguem-se comentários relativos ao conjunto e à interpretação de cada uma das posições.

Na utilização popular e mais comum, a oracular, é suficiente o sorteio de moedas ou varetas e a Leitura do respectivo hexagrama e dos comentários que se seguem.

Estes costumam oferecer uma boa sugestão do que podemos fazer na situação para a qual o I-Ching foi cosultado.

Um uso mais nobre do I-Ching, a definição dos pares complementares e harmônicos do Tao-Chi, é uma tarefa nada fácil, mas surpreendentemente correta.

Dizem os sábios chineses, que a Unidade dá origem à dualidade Yin/Yang, que por uniões sucessivas, derivam nas "dez mil coisas", ou seja, em tudo que existe no Universo; é natural, portanto, que da análise dos dois trigramas considerados complementares harmônicos, consigam-se obter respostas para o par procurado.


O estudo do I-Ching, pode durar uma vida toda e às vezes não se consegue chegar onde se deseja.

A propósito, Confúcio, que era um sábio, afirmou que se tivesse outra vida, a dedicaria exclusivamente ao estudo do I-Ching.

Em nosso lado ocidental e em tempos mais recentes, o eminente psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, grande humanista e profundo estudioso do livro, se posicionou inequivocamente favorável ao I-Ching, quando declarou: "para aqueles que buscam o autoconhecimento e a sabedoria, esta é a Leitura mais indicada."

O comentário que podemos fazer do I-Ching, não deve ultrapassar o que foi dito.
Um aprofundamento maior é questão de foro íntimo, que envolverá um profundo desejo aliado a uma enorme dedicação.

É quase certa a necessidade de um mestre orientador, quando o patamar que se deseja alcançar, esteja suficientemente acima de nossa capacidade.

O Tao nos alertou sobre os limites que cada um tem. São limites inferiores e superiores.

Algumas pessoas têm poder de abstração, outras de se expressar ou de entender o que foi expresso, e a maioria, fica numa espécie de limbo.

Tanto no estudo do I-Ching como do Tai-Chi e do Tao, é preciso que estes limites sejam conhecidos e respeitados, de forma a não nos causar frustrações, e afinal, acabarmos por nos impor uma lastimável desistência.

Sábios lamas tibetanos asseguram que quando você se sentir pouco à vontade para prosseguir estes estudos, valerá muito mais, que leve uma vida virtuosa, o que igualmente lhe dará as condições de ter uma vida igualmente harmoniosa, feliz e produtiva.

Afinal, virtude é Tao.

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