Estudando o Tao - parte - 30

Estudando o Tao: A Sabedoria de Lidar com Conflitos

49. "Não subestime o inimigo"

Ninguém em sã consciência gosta de ter inimigos. No entanto, no decorrer de nossas vidas e nas exigências do dia a dia, acabamos agradando a alguns e desagradando a muitos. Por mais inocentes que sejam nossos atos, palavras ou intenções, eles sempre incomodarão alguém.

O ditado popular "não se pode agradar a gregos e troianos" nos mostra que essa observação não é novidade. Mas no processo de aperfeiçoamento pessoal, ao mesmo tempo que refinamos nosso comportamento, precisamos estar atentos às realidades do cotidiano. O crescimento, seja material ou espiritual, não inclui enfiar a cabeça na areia como um avestruz, fingindo que nada acontece ao nosso redor.

O termo "inimigo" tem uma conotação forte e violenta, que vai desde a ideia de alguém que não é amigo até a de um ódio profundo. No Tai-Chi, essa situação representa as metades distorcidas, onde o não-amor se manifesta como um câncer que se espalha. É uma situação desarmônica e destrutiva.

Aquele que cultiva ódio, rancor e má-fé acaba se agredindo, devorando-se por dentro, ao mesmo tempo que destila mais ódio sobre seus inimigos. O corpo pode estar parado, mas a mente trabalha em grande desequilíbrio.

Para lidar com isso, atitudes sensatas são sugeridas, como afastar-se das áreas de atrito. A afirmação de que "o amor tudo vence" tem um pouco de poesia e ingenuidade. O que faremos quando um inimigo, extremamente hábil, nos causar um dano irreparável?

Estamos em um processo de crescimento e não há razão para que as energias pacificadas de que precisamos sejam desviadas para um assunto tão prejudicial. Se for impossível se afastar da pessoa, procure manter a calma, pratique o wu-wei (mente vazia, não-fazer) por alguns segundos. Você se sentirá mais preparado para encarar a situação com serenidade.

Além de tudo, a identificação de inimigos e pessoas hostis é tão importante para nossa evolução quanto o reconhecimento de nossos próprios defeitos de caráter.

 

50. "Vencer sem lutar"

Propomo-nos a trilhar um caminho de aperfeiçoamento pessoal. A tarefa pode levar pouco ou muito tempo, pois o processo é dinâmico e contínuo. Sempre haverá algo para melhorar, e a evolução acontece a cada milímetro que crescemos. Nossos parâmetros mudam, tornam-se mais exigentes e harmoniosos, e, por isso, menos desgastantes.

Temos uma noção clara de que vencer está mais ligado ao alcançar do que ao obter. O verdadeiro vencer é alcançado sem luta. Ao preservar nossa integridade com serenidade, tranquilidade e harmonia, acumulamos energia pacificada e as virtudes do Tao.

Vencer sem lutar é passar em um concurso sem se consumir, melhorar no trabalho sem bajular, viver em paz sem prejudicar ninguém. É uma linda perspectiva gozar de saúde emocional, desenvolver nossa criatividade e educar nossos filhos de forma eficiente.

Tudo isso também é viver sem lutar. Pois "lutar", nesse contexto, não significa brigar. Pelo contrário, é a movimentação de nossas melhores qualidades e daquelas que vamos conquistando no processo de crescimento.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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