Estudando o Tao - parte - 25
Estudando
o Tao: A Corrida pelo Sucesso e a Força do Não-Fazer
40.
"Grande calamidade é a corrida pelo sucesso"
Era uma
vez um jovem que, no mercado da cidade, usava de qualquer artifício para vender
seus produtos a fregueses desatentos. Como havia mais desatentos do que
qualquer outra coisa, ele prosperou rapidamente e, antes dos 17 anos, já tinha
sua própria casa.
Percebendo
que o mercado era pequeno para seus planos ambiciosos, ele se mudou para uma
área nobre, frequentada por turistas e estrangeiros. Sua vida, tanto pessoal
quanto profissional, foi construída sobre intrigas e mentiras.
Seu amigo
de infância o alertava para ser mais prudente, avisando que, um dia, algum
cliente enganado poderia se vingar. O jovem ria, se achando o mais esperto do
mundo. Ele continuou a ganhar muito dinheiro, casou-se aos 25 e, com filhos
pequenos, declarou ao amigo: "Tenho certeza de que ficarei muito rico
antes dos 30". O companheiro apenas sorriu e o abraçou afetuosamente.
O tempo
passou. Quando ele chegou aos 27, 28, 29, os negócios começaram a cair.
Surgiram concorrentes que vendiam produtos melhores e mais baratos, e de nada
adiantavam seus protestos. Ele se sentiu cada vez mais triste e deprimido.
Havia construído seu futuro na expectativa de que suas habilidades seriam
recompensadas, mas o sonho se desfez. O tempo passou, e até sua velhice, ele
teve grandes dificuldades para manter uma vida minimamente decente. E, apesar
de tudo, jamais reviu sua postura ou se arrependeu.
O Tao não
faz justiça segundo códigos humanos, mas pela Lei da Harmonia. O jovem pagou
por sua conduta desonesta e insensata com efeitos complementares: o enganar foi
retribuído com o ser enganado, e o sonho fútil, com a dura realidade.
41.
"O não-fazer constrói tanto quanto o fazer destrói"
Lembremos
que o não-fazer (wu-wei) é um estado de receptividade mental e física, e
não de paralisia. É quando esvaziamos a mente de nossas preocupações,
permitindo que o Tao, em sua função regeneradora, preencha esse espaço. É assim
que ele trabalha por você.
No início
de nossa jornada com o Tao, é natural estarmos cheios de dúvidas e descrença. O
primeiro exercício, como aliviar uma dor de cabeça, pode ser um desastre ou um
sucesso muito relativo. Para a maioria das pessoas, será um fracasso
retumbante, e elas nunca mais se interessarão pelo Tao.
A ação do
Tao exige, como pré-requisito, um espaço calmo e harmonioso. Como a Física nos
ensina, duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar. Nesse estágio, nossas
preocupações estão mais voltadas para o resultado, e não conseguimos criar o vazio
fundamental para receber o reequilíbrio do Tao. E, sem esse vazio, não haverá
resultados. Se, durante o exercício, você começar a orar ou suplicar, isso só
terá efeito se você conseguir afastar a mente do problema. A prece é o wu-wei
ocidental.
Em
relação ao "fazer", a explicação é mais simples. As soluções que
encontramos para os problemas do nosso dia a dia são baseadas em proposições
racionais, vindas do hemisfério esquerdo do cérebro, que rege a lógica e a
razão. O hemisfério direito, por sua vez, está ligado às emoções e à intuição.
Para resolver uma questão, deveríamos usar ambas as partes, como as duas
metades do Tai-Chi.
No
entanto, nós raramente damos valor à intuição. A razão é a ferramenta da
inteligência; a intuição, da sabedoria.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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