Estudando o Tao - parte - 23
Estudando
o Tao: A Arte de Deixar Ser e a Universalidade da Justiça
36.
"Não atue nas coisas que por si se consertam"
Em uma
reunião de altos executivos, o tema era: até que ponto o desconhecimento de um
problema na empresa prejudica o objetivo final? A preocupação era válida, já
que, em grandes corporações, é quase impossível ter conhecimento ou resolver
todas as pendências.
Os
resultados foram surpreendentes. As melhores soluções vieram de problemas que
se resolveram sozinhos, sem que os executivos sequer tivessem tomado
conhecimento deles. Logo depois, vieram as questões que exigiram a análise e a
decisão dos técnicos.
O mais
notável é que a maioria dos problemas da vida apresenta resultados semelhantes.
Na área da saúde, por exemplo, há inúmeros casos de cura que o tempo se
encarregou de resolver.
No
entanto, é preciso ter cautela. Deixar o tempo agir na saúde sem tomar outras
providências é, no mínimo, um ato de irresponsabilidade. Ao longo deste estudo,
falamos sobre o Tai-Chi e sua capacidade de mostrar os dois lados de uma
questão, e isso obviamente inclui a saúde.
Teoricamente,
com o conhecimento adequado, estaríamos aptos a curar a nós mesmos. Uma boa
sessão de wu-wei, por exemplo, certamente acabaria com uma dor de cabeça
comum. Mas é importante lembrar que médicos chineses investem anos de estudo e
recebem uma herança riquíssima de seus ancestrais. Se um desses profissionais
diz: "deixe o tempo passar, que a cura virá", é bem possível que isso
aconteça.
Para nós,
que apenas arranhamos o conceito do Tao, o máximo que podemos fazer é tentar
solucionar pequenos problemas sem grande importância, e nunca nada que diga
respeito à saúde.
37.
"O Tao atua no Grande Universo"
Mais uma
vez, Lao-Tsé nos alerta sobre este princípio fundamental. É possível que você
resista à ideia da universalidade do Tao e ao alcance dela. De fato, para um
ocidental, é difícil imaginar algo tão grandioso que não tenha características
divinas.
É mais
fácil dizer que o Tao é um elemento explicado pela Física, mas o Tao não é
matéria nem Deus. Não é Deus porque a ideia de Deus, na nossa cultura, tem uma
forte característica antropomórfica, ou seja, à forma do homem ser e pensar.
O Tao não
é descrito com barba ou corpo de homem. Também é difícil para nós conceber um
Deus que não premia nem castiga, ou que não nos espera após a morte em um
paraíso onde nossas boas ações serão reconhecidas. Essas imagens foram criadas
pelo homem, principalmente como uma "bengala metafísica", uma
motivação para a vida neste planeta, com todo seu envolvimento material,
ritualístico e moral.
O Tao não
tem figura, nem forma, nem promete paraíso ou inferno. Ele não premia nem
castiga, mas realiza a Justiça inexorável.
E por que
isso acontece? Porque o Tao não se baseia em nenhum código moral humano. Ele é
a própria Lei, a Lei da Harmonia, do equilíbrio e do reequilíbrio.
A Justiça
do Tao é feita para TUDO que existe, incluindo o homem. Para ele, só valem as
virtudes absolutas. O Tao não seria a Ordem cósmica e universal se usasse a
régua do homem para suas medições. Sua área de atuação é o Universo, o Grande
Universo, e, portanto, sua ação se aplica a todas as coisas e seres que nele
existem, sem nenhum tipo de tratamento diferenciado.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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