Estudando o Tao
Parte – XVI
continuando...


21- "Não há Ética onde o Direito toma o lugar da Justiça"

Há uma permanente discussão sobre quem redigiu as Leis do Direito. Alguns alegam que foram os mais fracos para se defender dos mais fortes. Outros que os mais fortes as impingiram com a intenção de subjugar os mais fracos.

Falemos em valores temporários e valores permanentes. Aqui estão dois valores para que sejam classificados: o Direito e a Justiça.

O Direito na maioria das vezes, muito pouco tem a ver com a Justiça, até mesmo porque, tenha sido ele escrito por um ou outro grupo, são patentes suas contradições e assim seu caráter ambíguo.

Quando neste livro falamos em valores permanentes, referimo-nos àqueles que não dependem de cultura, poder ou civilização. Por exemplo: se um indivíduo rouba, conforme o Código de Direito que estejamos consultando, receberá determinada pena ou não, de acordo com os usos e costumes do local.

Agora, um pouco de Justiça. Se tivéssemos um Código de Justiça, que não temos, lá estaria um item que diria apenas : não se deve prejudicar outra pessoa. Muito mais sintético, conclusivo e justo.

Se o cidadão vai receber 1, 2 ou 5 anos, esta é uma questão de Direito, não de Justiça. Lao-Tsé foi muito feliz em sua afirmação, pois a simples aplicação das normas do Direito, não garante que a Justiça será feita, já que estas normas são sempre tendenciosas e favorecedoras.

Nenhum Código de Direito, poderia sobrepor-se aos preceitos básicos de uma Justiça que preservasse a integridade harmônica do indivíduo, da coletividade, da nação.

Infelizmente estamos longe disto. Engrandece a raça humana, os esforços individuais que encontramos aqui e ali.


22- "Renuncia a suas habilidades e artimanhas"

Em seus anos de côrte, Lao-Tsé desenvolveu a habilidade de distinguir instantaneamente o falso do verdadeiro, o elogio sincero da bajulação, a competência da malícia.

Ao optarmos pelo caminho do crescimento, estas habilidades e artimanhas, que foram se desenvolvendo em nosso relacionamento com o mundo, devem evidentemente ser modificadas ou definitivamente esquecidas.

Aquele que segue o caminho do Tao deve se esforçar por ser virtuoso. Em hipótese alguma, se torna um santo, mas sem dúvida se destaca como um indivíduo modesto e justo.

Muitos de nós sentimos em alguma ocasião da vida, uma espécie de aviso interno, que alertava para nossos erros e falhas e para a necessidade de nos corrigir.

Se você já teve esta sensação, e fez uma opção consciente, não cabe a ninguém mais senão a você próprio, se esforçar por manter-se no caminho escolhido.

Ficar esperando elogios ou palavras de admiração, só mostra o quanto se está longe da meta. Estas atitudes imaturas, não são muito diferentes das habilidades e artimanhas que continuam presentes.

Renunciar à mentira e ao enganar-se a si próprio, é básico para aquele que pretende continuar na trilha. No dia em que você sentir que cresceu um milímetro, um só, não duvidará mais que, de fato, valeu à pena...

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