Estudando o Tao - parte - 15

Estudando o Tao - Parte XV: A Sabedoria da Não-Exigência

18. "O Tao não exige gratidão."

É natural e comum pensar que devemos ser gratos a quem nos faz um favor. A ingratidão é vista como uma das atitudes mais negativas. Espera-se que uma gentileza seja reconhecida e retribuída. Para muitos, é impossível imaginar que poderia ser diferente.

O Tao, no entanto, é uma Ordem cósmica e universal, uma Lei absolutamente justa. A harmonia que ele promove não depende de raça, religião, orações ou méritos. Ele não guarda mágoas nem rancores, pois são atitudes pequenas, incompatíveis com seus atributos. Se o Tao atendesse apenas a quem suplica, ele não seria o Tao.

A afirmação de que o Tao não exige gratidão não significa que ele seja arrogante. Significa que, ao fazer o que faz, ele simplesmente cumpre o atributo da ação justa. Ele faz o que tem que ser feito. A chuva cai porque tem que cair. Não existem "favores" feitos ao Tao, ou pelo Tao. Ele apenas realiza a sua natureza.

 

19. "O valor de uma panela não está em seu metal, mas no vazio que contém."

Essa é uma afirmação tipicamente oriental, com uma beleza que agrada a todos. O valor de uma panela não está no material de que é feita, mas no seu interior, no espaço útil que ela oferece. A panela tem um lado externo (o metal) e um lado interno (o vazio). O lado de fora é o nosso corpo, e o lado de dentro é a nossa mente.

A mente precisa de um "espaço vazio" para poder aprender. Para quem soubesse tudo, não haveria mais espaço para o conhecimento. Uma panela cheia até a borda não pode receber mais nada. Esse raciocínio se estende do micro ao macro. O conhecimento, o aperfeiçoamento, a sabedoria e a harmonia precisam de espaço para se manifestarem.

O Tao, como Ordem que harmoniza o conjunto humano, também precisa desse espaço. O único requisito para atingir a solução de um problema é pacificar a mente, fornecendo um espaço de serenidade para a atuação do Tao.

 

20. "O sábio orienta."

É comum, no ambiente de trabalho, encontrar chefes que não treinam seus subordinados por medo de perder a posição. Isso gera conflitos e a detestável arena do "disse-me-disse", onde o mais fraco sempre perde. O resultado é a perda de eficiência e o surgimento de inimizades.

Não se trata apenas de insegurança. Muitas chefias não sabem treinar ou delegar, e o sistema encontra justificativas como "o que importa é que a máquina continue funcionando". É plausível esperar outra coisa de um mundo onde os valores materiais reinam?

Felizmente, existem chefes que agem de forma diferente. Eles são a minoria. A "síndrome do balcão" é real: muitas pessoas, ao estarem em uma posição de poder, se consideram superiores. Aquele que delega e ensina, mesmo sabendo que pode se prejudicar, age com virtude.

O sábio vai além: ele instrui sem restrições e se alegra com isso. Treinar e delegar se tornam um imperativo para a economia de energias pessoais, que podem ser canalizadas para o aperfeiçoamento. Quando isso é feito com amor e respeito, as virtudes são acumuladas.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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