Estudando o Tao - parte - 14

Estudando o Tao - Parte XIV: A Sabedoria da Modéstia

14. "O sábio não luta para impor suas ideias e por isso é inatacável."

O que é mais eficiente? Tentar convencer o mundo de que você é um gênio, ou deixar que o tempo e as circunstâncias se encarreguem disso? Quem é verdadeiramente sábio não precisa se proclamar. Suas atitudes, exemplos e palavras são seu melhor passaporte. É admirável ouvir pessoas assim. Suas palavras fluem com naturalidade e segurança, com tanta consistência e decência que não deixam espaço para dúvidas. Pessoas assim dignificam a raça humana.

Se nossas ideias forem expostas com clareza, seriedade e modéstia, não há necessidade de outras armas além do conhecimento real. São essas pessoas de grande sabedoria que justificam os esforços para o aperfeiçoamento pessoal. E elas são, de fato, inatacáveis, porque nada pode diminuir seu brilho.

 

15. "Assim como não se enche um vaso mais do que sua capacidade, nós temos nossos próprios limites."

O sucesso, muitas vezes, enche nosso ego com um sentimento de autossuficiência e vaidade. E isso não é bom. Em um próximo desafio, podemos descobrir que não temos a capacidade necessária para lidar com um assunto mais complexo. 

A sensação de frustração é inevitável. Nesse momento, duas coisas podem acontecer: ou tomamos consciência de nossa ignorância, ou mergulhamos ainda mais fundo na insensatez.

É perfeitamente normal ignorar alguma coisa; o problema reside na falsa autossuficiência. O orgulho leva certas pessoas a assumir tarefas para as quais não estão preparadas. 

É por isso que o sábio delega constantemente, e a sua competência nesta área é tão notável que muitos o acusam de inatividade. Os melhores líderes delegam não por ignorância, mas para supervisionar efetivamente a obtenção de resultados. Saber nossos limites é a modéstia na busca da perfeição.

 

16. "Depois das homenagens, o caminho indica o desapego às recompensas."

Todos nós temos méritos e valores. Essa é uma verdade que preserva a harmonia geral, e a observação de Lao-Tsé se aplica a todos. Se aprofundarmos a compreensão do Tai-Chi, o símbolo do equilíbrio universal, veremos que sempre existe o outro lado da moeda.

Após uma homenagem, por exemplo, o que pode nos ajudar a preservar nossa harmonia interna e não sermos tomados pela vaidade? 

Muitas pessoas se apegam aos elogios e passam a trabalhar apenas para receber mais recompensas, mesmo que não as mereçam. É uma forma de alimentar o ego, que cresce de forma descontrolada e leva a um egoísmo profundo, desprezando os valores éticos no caminho para o que chamam de sucesso.

 

17. "Quem é sábio, não precisa de erudição."

Ao longo da vida, acumulamos conhecimento por meio do estudo formal, que pode durar quase 20 anos. Os antigos gregos, com um estudo mais limitado, nos deixaram figuras de grande estatura. O Tao Te Ching, ao repetir certos temas, não está dizendo para desprezarmos a erudição, mas sim nos alertando para o perigo de confundi-la com sabedoria.

A sabedoria não depende de cultura ou de conhecimento de alto nível. Um erudito não é necessariamente um intelectual, assim como um ignorante não é, por si só, um sábio. A sabedoria é o acúmulo de experiência de vida e intuição. Ela é conquistada com a idade e com a mente aberta para o intuitivo, podendo ser complementada por um dom chamado iluminação.

A iluminação é um carisma que permite ao indivíduo perceber a síntese sem precisar da análise, sentir o todo sem dividi-lo em partes. 

Um sábio, seja ele iluminado ou não, entende que a erudição, por mais primorosa que seja, não atende a todas as necessidades do ser humano. Por isso, ele se dedica com o mesmo empenho à busca do estado que lhe permite apontar um problema e ver a solução de forma sublimada.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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