Estudando o Tao - parte - 11

Estudando o Tao - Parte XI: As Lições do Sábio

6. "Não dê muito crédito à razão e à cultura."

Parece ter ficado claro que a cultura não é o valor supremo que a maioria das pessoas pensa. Infelizmente, ainda se confunde cultura com inteligência, competência, sabedoria e até posição social. A cultura é uma ferramenta, uma enciclopédia da qual você busca informações.

O problema surge quando a vaidade se instala. A cultura, especialmente a ligada a áreas artísticas e filosóficas, é frequentemente motivo de orgulho. No entanto, os grandes problemas existenciais do ser humano não se resolvem com ela, mas com sensibilidade e intuição. Como diz o ditado, "o coração tem razões que a própria razão desconhece". Essas razões são os valores que a ciência ignora: intuição, sensibilidade e iluminação.

Infelizmente, a cultura é tão supervalorizada que é difícil argumentar contra isso. De qualquer forma, meditemos sobre as palavras de Lao-Tsé. Ao lidar com questões sérias, dê uma chance ao que não é tão lógico ou racional. Você pode descobrir que sua vaidade está impedindo que você enxergue as melhores soluções.

 

7. "Observe para onde leva a trilha das carroças."

Esta observação de Lao-Tsé pode ter muitas interpretações. Quando as carroças seguem por um caminho de terra por anos, elas deixam sulcos profundos. A questão é: será que esse é o único caminho? Será que ninguém tentou outro? Falta de curiosidade?

O convite é para que você crie sua própria interpretação. Não procure as respostas já marcadas nas trilhas da sua mente. Ao contrário, busque soluções novas e originais. Se não chegar a um acordo, aí sim, siga a solução já trilhada.

Essa é uma excelente forma de iniciar a jornada do desenvolvimento pessoal. Um dos nossos maiores inimigos é a vaidade e o orgulho em admitir a ignorância. Não há problema em não saber. Afinal, quem sabe tudo? Pense nisso e, com calma e sem pressa, comece a sua jornada. Não se preocupe com as respostas que encontrar; elas sempre serão as suas respostas.

 

8. "O sábio é firme quando a questão é de Justiça."

Se você imagina que um sábio é um indivíduo que vive afastado do mundo, está enganado. Quem se afasta assim é o eremita, que não é necessariamente um sábio. Gandhi, por exemplo, foi um sábio que, embora tivesse uma vida modesta, estava muito atento às necessidades de seu povo. Ele era sensível às injustiças do poder colonial.

Um dos sentimentos mais fortes na vida dos grandes homens é o apego à justiça. Não devemos confundir Justiça com Direito. O Direito são as leis escritas, muitas vezes por quem está no poder para defender seus próprios interesses. O Direito nem sempre reflete a Justiça.

A Justiça, para o sábio, é um valor equilibrante, harmônico e absoluto. Ele não pode permanecer indiferente às injustiças, pois isso desequilibraria ainda mais o sistema. Suas atitudes, como as de Gandhi, podem parecer extremas, mas para o sábio, a Justiça não é uma abstração, mas um valor real, harmonizante e eterno. Para ele, Justiça é o próprio Tao.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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