Estudando o Tao - parte - 10
Estudando
o Tao - Parte X: A Virtude da Sobriedade
4.
"Não viver pelas paixões, mas pela sobriedade."
O que são
as paixões? O termo se refere a desejos irracionais ligados a emoções fortes,
muitas vezes violentas. A paixão não se limita a pessoas, mas também a causas
defendidas vigorosamente ou a objetos que levam ao consumismo.
É um tipo
de fanatismo, um sentimento desequilibrado, enquanto o amor, em seus níveis
mais elevados, é suave, tranquilo e participativo.
A sobriedade,
um tema central na filosofia do Tao, significa ter um comportamento
equilibrado. A falta dela coloca o indivíduo em desvantagem. Ser sóbrio é ter a
mente preparada para dialogar, escolher e decidir. Quanto mais complexo o
problema, mais sóbria e competente a ação deve ser.
A
não-violência, por exemplo, está ligada à sobriedade. Ela provoca uma reação
passional na outra parte, que, ao perder o controle, já foi derrotada. As
grandes vitórias são alcançadas com diálogo sóbrio e eficaz. Uma das tarefas de
quem busca o aprimoramento pessoal é justamente substituir a paixão pela
sobriedade.
Erudição
e Sabedoria
5.
"O livro traz erudição, mas não sabedoria."
Erudição
e sabedoria são conceitos distintos. A erudição está ligada ao conhecimento
mundano. A maioria dos livros reflete os interesses de indivíduos ou grupos,
alimentando até mesmo a vaidade do escritor.
Como os
livros fazem parte da nossa educação, eles exercem uma grande influência.
Pessoas que vivem para os livros tendem a resolver problemas com base nos
modelos que encontram neles, e por isso costumam ter respostas padronizadas.
Não à toa, fanáticos políticos e religiosos sempre vociferam com um livro na
mão.
Esse
processo de cultura livresca é de fora para dentro, do livro para o coração. Se
você não exercita seu bom senso e seu direito de crítica, pode se tornar um
"robô cultural".
O famoso
jornalista americano Charles Fort defendia: "Julgamento suspenso,
aceitação temporária, questionamento sempre." Sua atitude era a de tolerar
e defender ideias ridicularizadas pela ciência oficial, que ele chamava de
"causas perdidas".
O mais
importante não é se ele estava certo sobre suas teorias, mas sim a sua postura
em relação à intolerância. Sua "salada de frutas" de ideias prova
que, mesmo sem grande erudição, ele tinha sabedoria.
Um
analfabeto, por exemplo, resolve seus problemas da mesma forma que um
intelectual. A diferença é que o homem simples, com menos informações, usa
muito mais o que não se aprende na escola: bom senso, lógica inata e intuição.
Quem o ensinou? A própria vida. Ele não tem cultura, mas tem algo mais
importante: a sabedoria.
A
sabedoria é um tipo de conhecimento que vem com a experiência da vida. Ela se
manifesta nas alegrias, nos percalços, nas soluções encontradas e na observação
dos detalhes.
É fácil
distinguir um intelectual pomposo de um verdadeiro sábio, modesto e cauteloso
com as palavras, pois ele sabe que seu conhecimento tem limites. O erudito se
prende a vírgulas, enquanto o sábio é tolerante e aberto. A cultura limita o
homem, a sabedoria o expande.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
Comentários
Postar um comentário