Estudando o Tao - parte - 6

Estudando o Tao - Parte VI: Serenidade, Prática e a Visão do Divino


Um problema como saúde/doença se apresenta de forma semelhante à dualidade vista no Tai-Chi. A doença parte de um estado de saúde. Ninguém fica doente já estando doente, e a cura só pode acontecer para quem está doente. A cura para qualquer enfermidade está, portanto, inserida na própria doença.

Existem inúmeras situações que o Tai-Chi pode espelhar: claro/escuro, bondade/maldade, serenidade/agitação, integridade/destruição. Em um conflito, um lado sempre predomina. A ação corretiva do Tao devolve a proporcionalidade às partes, mas a forma como ele encontra a melhor solução permanece um grande mistério.

 

A Magia do Tao e o Não-Fazer

A resposta para um problema pode estar em um medicamento, em uma pessoa, ou em uma energia localizada no passado, no presente ou no futuro. Essa é a magia do Tao. Segundo os chineses, existem dez mil maneiras de recorrer a essa magia, mas todas exigem um mínimo de serenidade daquele que busca o benefício.

O Tao precisa de um espaço vazio e tranquilo para atuar. Essa serenidade física e mental pode ser alcançada por meio de exercícios, posturas ou, simplesmente, por uma disposição de espírito. É preciso, de fato, desejar a cura para ser curado.

Uma das disposições mais adequadas para o entendimento ocidental é o wu-wei, ou não-fazer. Esta não é uma atitude de alienação, mas uma postura intencionalmente receptiva. Nossa inteligência e racionalidade dificultam a adoção dessa postura, algo que é mais fácil para os animais.

Tai-Chi-Chuan: A Prática da Serenidade

Muitos já participaram ou assistiram a exercícios chamados de anti-ginástica, conhecidos como Tai-Chi-Chuan. Na verdade, não é uma ginástica como a entendemos, mas sim uma prática de movimentos suaves e moderados que busca harmonizar o corpo e a mente, permitindo alcançar um estado consciente de tranquilidade serena.

Até hoje, milhões de chineses se reúnem diariamente nas praças para praticar o Tai-Chi-Chuan, o que lhes garante a predisposição necessária para um dia produtivo e tranquilo. O que está por trás dessa prática é o Tao. Para o povo chinês, o conceito do Tao é inato.

 

A Visão Ocidental de Deus

Você, que nasceu no Ocidente, conseguiria entender um Deus sem sentimentos, que não recompensa os bons nem castiga os maus? Que se ocupa de muito mais coisas do que o ser humano? É difícil, não é? Isso acontece porque, por gerações, fomos educados a ver um Deus antropomórfico, na forma humana e focado em nossas necessidades.

Alguém já disse que, se as formigas tivessem um Deus, ele seria uma enorme formiga de barbas brancas. Parece natural criarmos um Ser Superior à nossa imagem e semelhança, um Deus que reflete as características dos deuses pagãos, um simples "atendente" de nossas necessidades pessoais.

Eu, pessoalmente, acredito que Deus deve estar mais ocupado com questões relevantes como a Justiça Universal do que com o direito dos homens, e mais interessado em uma Grande Ética do que em nossos mesquinhos códigos morais.

Não consigo imaginar Deus favorecendo um time de futebol ou atendendo preces para ganhar na loteria. Um feiticeiro competente conseguiria isso com mais facilidade e por um preço mais acessível.

É lamentável que milhões de pessoas continuem a tratar Deus como se fosse um serviçal, com preces que, muitas vezes, escondem interesses que não dignificam a fé.

 

"Se essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."

m. trozidio

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