Conceptualismo – O Segredo de Deus – XIX continuação...
A pergunta geral é, - se as coisas existem só na mente cognoscente, ou se existem também independente dela.
Quando chegada aos detalhes, a pergunta passa a ser, - se o real, uma vez estabelecido como uma determinação dos objetos, se efetiva apenas como atribuição subjetiva que se aplicaria aos objetos, ou se também como independente.
O clima desta questão é bem sugerido pela advertência que, de gostos e cores não se discute, - de gustibus et coloribus non est discutendum.
Já estabelecidos, pois, na definição de que o real se constitui como determinação dos objetos, prossegue a investigação indagando, se esta determinação realmente está mesmo nas coisas, como realidade independente da consciência pensante, ou se nasce de uma nossa maneira de pensar e de construir os objetos.
Talvez fossem reais as pétalas das flores, mas não aquilo que as faz serem coloridas; também seria possível que as mesmas pétalas não fossem reais, então nada mais sobraria de real. Discutindo as cores, como determinações sensíveis, não importa levantar a questão mesma da realidade do sujeito portador , porquanto poderia ser real, e contudo as cores subjetivas, como modos de se manifestar o objeto às faculdades perceptivas.
O real, como determinar os objetos na ordem material, admite um posicionamento intermediário: ainda que as coisas sejam reais, contudo o real que se lhes atribui poderia ser apenas uma atribuição subjetiva. Talvez as coisas sejam reais, sem que a matéria exista pelo lado de fora da consciência pensante.
Colocada uma vez distinção entre essência e existência, esta divisão admite as distintas perguntas sucessivas, pela realidade da essência (ou onticidade da essência) e pela realidade da existência.
Para a filosofia aristotélica e tomista ocorrem ambas as realidades, a da essência e a da existência. No caso de haver ambas as realidades, o ser estaria realmente dividido em dois princípios reais, a essência real e a existência real. Situado a matéria num e noutro plano, poderá ser considerado uma determinação real.
Mui diversamente algumas filosofias destacam de tal modo a existência, que a essência resta apenas como forma da mente ou qualquer coisa parecida.
Para o existencialismo, o ser é somente o existir; o ser se define portanto como “posição pura” de existência. A essência não passa de uma captação em separado de perspectivas da existência. Não tem, pois, a essência uma verdadeira onticidade; não passa de uma instrumentalização para tornar possível pensar as coisas que existem; a essência seria algo de posterior à existência, um como que “mundo” criado pelo ser pensante. Como real ou ideal.
A coisa é neutra quanto à essência; é neutra quanto à logicidade; e parece, a primeira vista, absurda.
A acepção exata de quem diz “realidade”, requer ser definida. Como entendemos agora o termo, algo é real quando o ocorre pelo lado exterior do círculo da consciência. Aqui a palavra consciência coincide como o próprio exercício do conhecimento; a realidade está para além do conhecimento, não se confundindo, nem com a sensação, nem com a idéia.
Admite-se distinguir entre objeto enquanto conteúdo pensado (dentro do círculo da consciência) e objeto em si ( a realidade pelo lado exterior da consciência).
Idealistas (fenomenistas, imanentistas de toda a espécie) e realistas (imediatos e mediatos) lutam e disputam já séculos sem resultados mui nítidos.
Estamos aqui em uma área na qual a perspiciência mental pouco consegue, pois os elementos para decidir não se mostram com insistência. Se defendemos uma posição realista, fazemo-lo com humildade, sabedores de que muito pouco vamos decidir. Aristóteles sempre tão cauteloso, se vivesse em nossos dias, escutando prós e contras, certamente vacilaria muito, antes de voltar a optar por sua posição.
A questão “idealismo o realismo” não pode neste instante ser tratada substancialmente, mas apenas recordada como um pressuposto que afeta o conceito definitivo do que é o real
Do ponto de vista sistemático, já foi tratado pela Metafísica do conhecimento, onde é discutida com aparato próprio.
Entretanto, aquilo que faz a realidade não está no termo de referência arquétipa; encontra-se na coisa mesma que se ergue, realizando-se a si mesma, de acordo com dito termo de concepção. Haveria tal determinação nas coisas? Ou seria apenas uma projeção mental?
A pergunta geral é, - se as coisas existem só na mente cognoscente, ou se existem também independente dela.
Quando chegada aos detalhes, a pergunta passa a ser, - se o real, uma vez estabelecido como uma determinação dos objetos, se efetiva apenas como atribuição subjetiva que se aplicaria aos objetos, ou se também como independente.
O clima desta questão é bem sugerido pela advertência que, de gostos e cores não se discute, - de gustibus et coloribus non est discutendum.
Já estabelecidos, pois, na definição de que o real se constitui como determinação dos objetos, prossegue a investigação indagando, se esta determinação realmente está mesmo nas coisas, como realidade independente da consciência pensante, ou se nasce de uma nossa maneira de pensar e de construir os objetos.
Talvez fossem reais as pétalas das flores, mas não aquilo que as faz serem coloridas; também seria possível que as mesmas pétalas não fossem reais, então nada mais sobraria de real. Discutindo as cores, como determinações sensíveis, não importa levantar a questão mesma da realidade do sujeito portador , porquanto poderia ser real, e contudo as cores subjetivas, como modos de se manifestar o objeto às faculdades perceptivas.
O real, como determinar os objetos na ordem material, admite um posicionamento intermediário: ainda que as coisas sejam reais, contudo o real que se lhes atribui poderia ser apenas uma atribuição subjetiva. Talvez as coisas sejam reais, sem que a matéria exista pelo lado de fora da consciência pensante.
Colocada uma vez distinção entre essência e existência, esta divisão admite as distintas perguntas sucessivas, pela realidade da essência (ou onticidade da essência) e pela realidade da existência.
Para a filosofia aristotélica e tomista ocorrem ambas as realidades, a da essência e a da existência. No caso de haver ambas as realidades, o ser estaria realmente dividido em dois princípios reais, a essência real e a existência real. Situado a matéria num e noutro plano, poderá ser considerado uma determinação real.
Mui diversamente algumas filosofias destacam de tal modo a existência, que a essência resta apenas como forma da mente ou qualquer coisa parecida.
Para o existencialismo, o ser é somente o existir; o ser se define portanto como “posição pura” de existência. A essência não passa de uma captação em separado de perspectivas da existência. Não tem, pois, a essência uma verdadeira onticidade; não passa de uma instrumentalização para tornar possível pensar as coisas que existem; a essência seria algo de posterior à existência, um como que “mundo” criado pelo ser pensante. Como real ou ideal.
A coisa é neutra quanto à essência; é neutra quanto à logicidade; e parece, a primeira vista, absurda.
A acepção exata de quem diz “realidade”, requer ser definida. Como entendemos agora o termo, algo é real quando o ocorre pelo lado exterior do círculo da consciência. Aqui a palavra consciência coincide como o próprio exercício do conhecimento; a realidade está para além do conhecimento, não se confundindo, nem com a sensação, nem com a idéia.
Admite-se distinguir entre objeto enquanto conteúdo pensado (dentro do círculo da consciência) e objeto em si ( a realidade pelo lado exterior da consciência).
Idealistas (fenomenistas, imanentistas de toda a espécie) e realistas (imediatos e mediatos) lutam e disputam já séculos sem resultados mui nítidos.
Estamos aqui em uma área na qual a perspiciência mental pouco consegue, pois os elementos para decidir não se mostram com insistência. Se defendemos uma posição realista, fazemo-lo com humildade, sabedores de que muito pouco vamos decidir. Aristóteles sempre tão cauteloso, se vivesse em nossos dias, escutando prós e contras, certamente vacilaria muito, antes de voltar a optar por sua posição.
A questão “idealismo o realismo” não pode neste instante ser tratada substancialmente, mas apenas recordada como um pressuposto que afeta o conceito definitivo do que é o real
Do ponto de vista sistemático, já foi tratado pela Metafísica do conhecimento, onde é discutida com aparato próprio.
Entretanto, aquilo que faz a realidade não está no termo de referência arquétipa; encontra-se na coisa mesma que se ergue, realizando-se a si mesma, de acordo com dito termo de concepção. Haveria tal determinação nas coisas? Ou seria apenas uma projeção mental?
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