Hoje a cidade acordou sob uma forte névoa...
A Névoa e
o Menino Interior
Hoje a
cidade acordou sob uma forte névoa. Era tão densa que dificultava a visão, e eu
não sabia se estava anoitecendo ou se o dia se preparava para nascer. Diminuí a
velocidade dos meus passos, tentando entender o cenário à minha frente.
Os sons,
por sua vez, ecoavam como em um vazio absurdo. Vozes da natureza, audazes e
melancólicas, se faziam presentes. O medo me cercava.
A vida,
vez ou outra, era retratada através de lembranças obscuras, que pareciam
imperiosas ao meu domínio. Um mundo diferente se apresentava à minha concepção,
um universo novo batendo à porta insistentemente.
De
repente, o som inconfundível do mar se fez presente. Tentando aguçar os
ouvidos, eu procurava caminhar em sua direção. Mas aquela densa névoa
continuava insistente, e nada, absolutamente nada me era permitido ver.
Então,
percebi uma luz acima dessa enorme nuvem que havia resolvido descer à terra. Eu
não podia olhar para cima.
Demasiadamente
forte, a claridade não me permitia sequer ficar com os olhos abertos. Levei as
duas mãos à cabeça, afagando meus próprios cabelos, em tentativas inúteis de
compreensão.
O mar,
por sua vez, tentava me guiar, mostrando o seu rumo. Cautelosamente,
amedrontado, continuei seguindo em sua direção.
Eu era um
menino, ou pelo menos me sentia como um. A pureza dessa condição, embora ainda
não compreendida, me mostrava sinais de que a vida e toda sua complexidade
poderiam ser desvendadas se essa condição pudesse ser mantida.
Mesmo com
toda a complexidade do momento, eu sabia: as crianças possuem todas as
respostas.
Às vezes,
é preciso voltar a ser criança para entendermos algumas coisas.
"Se
essa mensagem tocou você, compartilhe com quem pode estar precisando."
m.
trozidio
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