O perigo de dizer: Não se preocupe, no final tudo vai dar certo...

 


Em momentos de incerteza ou diante de desafios, é comum ouvirmos ou até mesmo proferirmos a frase reconfortante: 

"Não se preocupe, no fim tudo vai dar certo..."

Embora essa afirmação possa trazer um alívio momentâneo, a neurocientista Tali Sharot explora uma perspectiva mais profunda e complexa sobre o otimismo em seu livro de 2011, "O viés do otimismo".

Contrariando a intuição popular, Sharot, embasada em extensa pesquisa, argumenta que uma mente saudável possui uma tendência intrínseca a superestimar a probabilidade de ocorrências positivas.

Essa predisposição natural nos leva frequentemente a adotar a máxima como um mantra.

No entanto, a autora aponta que essa inclinação otimista, embora geralmente associada ao bem-estar e à felicidade, pode paradoxalmente levar indivíduos saudáveis e contentes a supervalorizarem sua capacidade de influenciar os eventos futuros.

Acreditando em um desfecho favorável quase inevitável, podem subestimar a necessidade de planejamento estratégico, esforço dedicado e avaliação realista dos obstáculos.

Os resultados das pesquisas de Sharot revelam um contraste interessante ao analisar a perspectiva de pessoas com quadros de depressão. 

Indivíduos com essa condição tendem a ter uma visão menos enviesada para o otimismo, percebendo que os resultados desejados não são tão facilmente alcançados. 

Essa percepção mais realista das dificuldades potenciais pode, por sua vez, motivá-los a se dedicarem com maior afinco às suas tarefas e objetivos, levando a um desempenho superior em comparação com aqueles excessivamente confiantes em um resultado positivo automático.

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